Pela primeira vez na minha vida, de que tenho memória, o meu avô perguntou.me: "Então e esses namorados?". Gostei da curiosidade e atenção que esta pergunta trazia mas já não achei muita piada à minha resposta: "Ah nada de especial, avô. Há muita secura, sabe?"
"É verdade. Os rapazes hoje em dia são todos uns grandes idiotas. Deixa.te estar que estás muito bem assim.", rematou. Gostei da curiosidade e interesse que este breve diálogo (sim, foram mais do que estas linha) trouxe mas já não achei piada nenhuma à ideia que rapidamente me surgiu.
Ideia: este diálogo só aconteceu porque o tempo escasseia e há coisas que têm de ser ditas. Todavia, esta ideia seria digna de uma novela e não da relação que nos une desde sempre, por isso não faz sentido.
Mas não quero falar sobre ele. Recuso.me a falar sobre ele antes do necessário. As coisas são iminentes e o fim já mais do que esperado. E por isso mesmo não quero antecipar quaisquer lágrimas ou soluços. Não quero e não vou. Recuso.me plenamente.
Se as pessoas ainda estão vivas, não devemos falar da sua morte, por muito à vontade que estejamos ou por muito serenos que sejamos. As palavras têm poder, ao contrário do que se diz aí por bocas pequenas, e eu não vou usar palavras para acentuar o que é que quer que seja. Este conjunto de linhas trata.se apenas de um pequeno desabafo para assinalar a minha postura face a este elefante na minha vida.
Por esta única vez, (apontem porque pode ser mesmo a única), eu, Ana Rita, vou.me abster de quaisquer comentários, de qualquer linha, de qualquer suspiro. Não vou. E sim, o egoísmo é todo e só todo meu.
Celebremos a vida enquanto a temos. Choremos a morte quando formos.
E o resto que se f**da.
[Marilyn Monroe e Clark Gable na rodagem do filme "The Misfits"]
That's sweet *
ResponderEliminarlool
ResponderEliminarseriously? don't know...
well, thanks anyway :)