quinta-feira, 30 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Primeiro dia. Segundo ano.


.mais caloiros.mais caras. mais barulho



.mesmos colegas.mesmos vícios.mesmas conversas.



.nova agenda.nova pen.nova pasta.



.sem expectativas que é bem mais seguro.





[Jon Hamm no set da photoshoot de "Mad Man" para a Rolling Stones]

Dói tanto...


Hoje sonhei com o meu avô. Não me lembro do sonho na íntegra mas foi intenso. Ao longo do dia fui.me lembrando de partes muito definidas. As cores, as frases, os gestos eram muito claros. Acho que andava tudo à volta do "Não se preocupem que estou bem". Bem, a causa desta manifestação inconsciente deve ter sido as saudades do meu irmão ontem à noite e ver o Michael Douglas na sua antiga glória, Gordon Gekko. Não sei que vos diga. Há coisas assim, há dias assim. Na véspera do dia dos meus anos, esse sim, em que as saudades gritavam e se tranformavam em soluços silenciosos e chorosos. A saudade dói tanto. Mas tanto, meus queridos. É horrível.


Mas posso explicar.vos como funciona, mais ao menos:

Há dias em que se sentem fortes, capazes de tudo em que a saudade nem existe e tudo aquilo em que pegamos é com vigor. Somos capazes de comer o mundo. Andamos na rua a cantarolar aquela musiquita a levar com o vento na cara e a sorrir para estranhos. Basta.nos o passe num bolso, o ipod no outro e o caminho já está feito. Imaginam as várias possibilidades no vosso futuro. "Para onde poderei ir?" perguntam-se. "Giro, giro era mesmo Londres ou Paris. Sim, porque não Itália?". O céu é o limite. Mas depois, sim o "mas" é tramado, há aqueles dias em que até estamos bem dispostos e o dia parece correr bem. Mentira. Está tudo errado e à primeira lembrança esforçam.se para fazer cara forte. Ficam mal.dispostos. Têm umas dores cabeça estranhas. Sentem-se subitamente cansados, sem ânimo. Estagnam bem lá no fundo apesar de continuarem a andar, a apanhar o 28 ou a ouvir música. O silêncio é a vossa sanidade. Tudo está normal, tudo parece normal. Mas basta uma chamada. Basta atenderem o telefone que as palavras fazem o resto. E aqueles copos de cristal olimpica e higienicamente bem arrumados naquela prateleira tão bonita e limpinha estilhaçam com tanta força que é um chuva de vidro. Protegam os olhos. Protegam a cara. Protegam o coração. A partir daqui, só vos resta chorar. Pegar nos óculos escuros e soluçar. Dói tanto. Oh se dói. Doeu.me tanto, mas tanto. Era quase como um buraco negro que em vez de me puxar para baixo, doia. Sentia.me tão triste como se tivesse encontrado um ponto nevrálgico de dor mas em vez de física, era psicológica. É inexplicável. [não vos consigo explicar melhor].


A ausência é cruel e impediosa. O problema é quando ela dá as mãos à saudade. Aí sim, aí não há misericórdia para ninguém. Nada. Ninguém. E foi assim que me senti na véspera do meu dia de anos. Aquela pessoa que já lá não está para ver o que já consegui, o que já conquistei. Aquele telefonema que não ia receber. Aquele sorriso que já não ia ver.


Quando se começa a pensar assim, por muita força que se tenha, é muito difícil voltar atrás. O único caminho é libertar tudo o que é preciso e depois quando estivermos mais restabelecidas, aí sim, seguir em frente.


Palavra de amiga*




[Carey Mulligan. Gosto muito desta miúda e especialmente desta foto]

sexta-feira, 24 de setembro de 2010



today, I feel quite friday nightish. maybe I’ll have coffee, my “petit” drawing notebook and a generous playlist throughout the night.


and that feels just right, for now.

sábado, 18 de setembro de 2010







There's something about Sofia...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ahoy!

Pois é. Andei desaparecida. Andei a tratar da minha vidinha. Andei a pô.la em ordem. A levantar pilares e a tapar buracos. Tudo tem de estar pronto para a nova fase que aí vem ou que, aliás, já veio.


Estamos prontos? Isso nunca se sabe, mas faz-se o possível.


Desde que tenhamos a sensação de controlo, esqueçam lá o verdadeiro controlo que isso não nos diz respeito, tudo parece bem. Hoje tive essa minha sensação de controlo já esquecida. Saí daquela sala onde estive duas horas e meia e subi a rua íngreme. Troquei dois dedos de conversa com colegas e metro com ela. Aquela travessia entre o Saldanha e o Marquês soube-me pela vida. Vento na cara e passadas ritmadas. Calmamente. Sempre na música. Os passos são meus e dos pensamentos nem é preciso falar. Almoço de meninas, todas mais velhas que eu, mas também mais divertidas. Precisei, então, de digerir a refeição e lá fui de música, óculos e mala a pé pela a gloriosa Avenida da Liberdade. Vou buscar um programa da Cinemateca e acabo por me sentar a ver Hitchcock. E quase que o sono me leva a melhor por duas vezes enquanto me agarro ao casaquinho de malha. A sala estava fria e as cadeiras são enormes. Tantos velhotes para o sr Alfred! Lá saio e apanho o vagaroso 32. Sento-me ao sol e fecho os olhos. Com a "Sweet Disposition" nos ouvidos e sorriso na cara não há anúncio da super bock ou da optimus que supere isto. Estava feliz mas tranquila. Apaziguada. Aconteça o que acontecer, há sempre uma saída, há sempre uma outra perspectiva, há sempre novos sítios por onde se andar. E por muito que este novo "nirvana" seja temporário, já fico feliz por o ter atingido. É bom sentir outras coisas além da tristeza, ausência e saudade. É realmente bom saber que há esperança, que há outras soluções. E que, mais importante que tudo, para o bom e para o mau nada é definitivo.






Graças a Deus.





[Gordon-Levitt and Page on the pic.]

off topic


isto a propósito de ter visto “O Escritor Fantasma” recentemente, com uma cena final sublime, e de querer um scotch em cima da mesa, meus senhores!

Back to coffee and (not so much) cigarettes


Voltei-me na cama inquieta, mesmo antes dos dois despertadores estarem estrategicamente preparados para tocar.


(5:55)

Por qualquer ironia, é tão absurdamente cedo que o meu subconsciente nem me deixou dormir com tudo a que tinha direito. A manhã é ainda pesada e escura e obviamente todo o resto da casa ainda dorme profundamente por mais algum tempo. É tão estranho o arranque bruto desta segunda-feira de madrugada, depois de um longo período de hábitos de férias, que se torna quase bem-vindo: ir para a luz da casa-de-banho com os olhos quase semi-cerrados e ficar debaixo do chuveiro é como estar novamente de volta para a realidade e para tudo o que ela comporta. Não sei honestamente o que é que esta imagem tem de animador (se tem alguma coisa) mas embora não estivesse “fresca” não consegui deixar de estar pelo menos um bocadinho entusiasmada. Poucos dias antes tinha voltado para o velho edifício da faculdade e esta genuína sensação de foi como se nunca tivesse saído daqui atingiu-me mesmo em cheio; como se toda esta suspensão das férias não fosse mais do que um entre parêntesis no meio disto tudo e que agora íamos continuar exactamente no ponto em que tínhamos deixado as coisas.

Algures, enquanto esperava pelo autocarro só com mais uns poucos gatos pingados nas primeiras horas da manhã, ocorreu-me que nada disto é necessariamente mau ou bom - mas
é familiar. Por isso que venha. Que dê para usar os meus calções neste setembro quente e abafado, que ainda apanhe os rapazinhos do marquês a distribuir jornais descartáveis, que quando passar pela estação de metro sinta o cheiro a croissants quentes vindos do café (!), que suba as escadas para o chiado com mais ou menos pessoas de encontrão e que veja as caras que não via durante um verão inteiro. Que volte ao lusco-fusco das aulas teóricas e a contar trocos para ir à máquina e me manter acordada ao longo do dia. A sério.

Entretanto já passou praticamente uma semana e já estive exausta, já me atrasei e até já consegui ficar frustrada com um trabalho que nem consegui acabar. E nem é sexta-feira. Mas estou bem, voltei ao meu elemento, a um ritmo em que me sinto prestável e, dentro das ansiedades, é como consigo encontrar alguma sanidade. Um colega meu perguntou-me precisamente se estava entusiasmada por voltar e depois olhou para mim como se estivesse a tentar perceber se estava a dizer a verdade ou não (odeio quando me olham fixamente nos olhos de muito perto, é como se me estivessem a escrutinar a cabeça).

E a verdade é que de uma certa maneira... até estou, sinceramente.

*

(Ryan Gosling e Jack Nicholson. adoro simplesmente esta imagem.)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

nota final de verão



sobre o rapaz já foi dito tudo o que se tinha a dizer, já se fez justiça e já ficámos de barriga cheia. calma. não gosto de pisar e voltar a repisar momentos, principalmente os bons, mas se ficou em dívida alguma coisa foi pelo menos um pequeno registo do segundo reencontro com cullum no algarve. porque as imagens do concerto são uma boa memória deste (agora) final de verão e porque, está mesmo provado, que há pequenas coisas boas que têm sempre espaço para surprender.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sleppy Hollow


Não é recente mas vi o filme ontem à noite e gostei. Querem Burton-Depp, eles dãos-vos Burton-Depp. E eis aqui um punhado de fotagrafias tiradas no set do filme pela talentosa Mary Ellen Mark. Justiça lhe seja feita. É uma excelente fotógrafa.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Septembre


O meu mês chegou. Finalmente.
Setembro já chegou. O mês que mais ideias me traz. Talvez por trazer consigo a minha progressiva emancipação a cada dia 21 ou talvez pela água agora mais quente nas praias. Talvez pelas limpezas tradicionais das estantes, papéis e roupa ou talvez pelas viagens intermináveis de descapotável que sabem tão bem. Talvez pelo arrepio na pele feito pela brisa fresca ou ainda talvez pelos reencontros garantidos. Adoro Setembro. As praias estão mais vazias e as pessoas já distraídas no trabalho. É a altura perfeita para o nosso divertimento, para a nossa reflexão, para a nossa despedida. Cafés no Camões acompanhados pelo meloso Moscatel de Setúbal e pela música perdida nos degraus. Conversas banais, luzes ténues mas boa diposição. A transição é feita sem nos apercebermos. Delicadamente. Adoro Setembro. Novos planos e projectos são feitos, matrículas são renovadas. Camas são feitas de lavado. Um ciclo fecha-se e outro abre.se lentamente e nós, inebriados e esquecidos, nem nos lamentamos.



*

[Jim Parsons-recém-vencedor de um Emmy-, Kaley Cuoco e Johnny Galecki. "The Big Bang Theory"!]