segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Hoje até que me senti assim. Foi um bom dia.





[Emma Stone. Uma miúda para se ter debaixo de olho.]

sábado, 28 de agosto de 2010

Lenga-lengas


Não tenho nada de novo a contar.vos. Nada. Nem sei porque escrevo no portátil se isto é assim tão íntimo. Odeio que me façam repensar nas minhas decisões. Que me voltem a abrir caixas de pandora tão bem guardadinhas. Tão bem arrumadas como as compras naqueles sacos enormes do minipreço. Caixas com caixas, sacos com sacos. Fiz o que tinha a fazer e mesmo assim eles gostam de colocar a tal dúvida metódica. Mas e meu deus, porque raio é assim tão angustianate? Porque raio se trata de uma dúvida metódica? Não é suposto. Deus meu, sou tão nova. Não é suposto. E se tiver mesmo de ser, se for suposto, então que só seja mais lá para a frente que agora não quero nada. Agora não. Entendido?
Fazem sentir.me como se estivesse a perder alguma coisa. Alguma coisa que só eles é que conseguem ver e eu permaneço na ignorância, na escuridão, sossegada em silêncio. Sim, eu estou, de facto, nessa solidão escura mas porque quero. Porque já vi o que há dentro dessa mesma caixa tão bem arrumada e decidi fechá.la.
Nunca me pergunta por ele e quando pergunta faz sempre aquele ar de "estás-a-ser-uma-idiota-e-só-tu-é-que-não-o-vês-!" ou ainda melhor "e-depois-não-te-queixes-quando-não-o-tiveres". Estou cansada que isto aconteça. Preciso de sentir que estou a fazer o correcto ou que pelo menos alguém me apoia. Preciso de me sentir apoiada.
O problema de quando se tem uma relação assim tão aberta com os nossos pais é que contamos, ainda que em surdina, com o seu apoio, consentimento ou benção (sei lá!). E quando passado imenso tempo aquele assunto doloroso e chato já arquivado volta à baila em forma de piada leve com toda aquela velha "lenga-lenga" escondida, é como se tudo retrocedesse.
Sim, eu tenho a tendência para analisar tudo mas por agora preciso de sentir que estou a agir bem e quando os teus pais que mais do que pais são amigos, próximos ainda por cima, reavivam aquilo tudo, tu só pensas: "Espera lá...mas voltamos a isto, outra vez? Pensei que já estávamos longe disto." Foi assim que me senti: angustiada e maldisposta. E aquela sensação de não ver aquilo que os outros vêem voltou. E senti.me sozinha de repente. Verdadeiramente sozinha. E não quero mais isso. Até porque agora é altura para fazer algo da minha vida. Tenho de sair deste país e conhecer pessoas, conhecer sítios, conhecer sensações. Preciso de sentir que estou a viver alguma coisa. Preciso de relativizar os meus problemas. E acima de tudo preciso de descobrir ou perceber qual o meu talento ou vocação. Jornalismo não é claramente o meu destino mas, então, qual é afinal? O que será que está destinado para mim? Sinto o meu espírito a fervilhar. Sinto os meus dedos a tremer e o ritmo cardíaco a acelerar.
Sinto que tenho tanta coisa dentro de mim que se não produzir nada nos próximos meses, acabo na ignorância, fico reduzida a pensamentos vazios. [Uma espécie de limbo]
Ultimamente nem tenho pensado muito no meu avô, o que até é bom porque não me desconcentro. Mas foi ele o grande impulsionador desta mudança que sinto em mim. Mas também quem me garante que daqui a um mês ainda continuará a ser uma "mudança"?
Tenho tantas perguntas na minha cabeça, como nunca tive agora. O problema é meu, eu sei. Tenho medo de nunca conseguir ser feliz ou pelos menos verdadeiramente feliz por pensar tanto mas aí penso (pois!) que já sou. Pelo menos em família e com os amigos sou. [Talvez não fui tão feliz em termos amorosos mas a verdade é que "apanhei" rapazes curiosos pelo caminho.]
Ás vezes tenho medo de estar a cometer um erro terrível. Mas depois penso: "mas e não será que estou na idade para isso?"
Se os nossos destinos estiverem traçados, então voltaremos a encontrar.nos e logo se vê. Mas agora preciso de sentir que há algo mais lá fora para mim. Chamem.me tola mas preciso desta tolice. E depois...depois logo se vê.



Tudo isto por causa da falta de apoio parental...


[Oh Dear]
p.s.-Maria Schneider e Marlon Brando em "O Último Tango em Paris" visto pela primeira vez à dias. Sim, também vi a cena da manteiga...enfim. Bertolucci custa a entrar mas após o choque final, até que ficamos com um saborzinho bom na boca.
p.s.s.-ATENÇÃO: Este post não constitui nenhuma mensagem para ninguém em particular. trata.se de um desabafo.




aqui vai um post simplesmente porque sim, porque quero e porque POSSO.



ora, eis uma retórica difícil de contornar.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Message in a bottle


Estou naquela fase da minha estadia no Algarve em que ainda sinto a calma terapêutica de estar verdadeiramente de férias (e que acabou por ter mesmo esse efeito apesar da hesitação inicial), mas que também implica as primeiras inquitações para voltar à civilização lentamente.

Só me lembrei de passar por cá para manter um pequeno ponto de contacto com essa existência e também porque, honestamente, não me sai da cabeça aquela imagenzinha do Naufrago (revisto há pouco tempo) em que o Tom Hanks atira primeiro a bola de vólei pela gruta fora para depois vir a correr atrás dela a gritar "Wilsooon!!".
Portanto, se daqui a uns dias começar a gritar "Wilson" sem razão aparente, é apenas porque as três semanas aqui, por muito paradisíacas que sejam, já estão a pesar mais do que deviam para querer voltar ao quotidiano de Lisboa.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Estes últimos meses foram uma prova daquelas mesmo compridas. Daquelas imprevisíveis nuns caminhos escuros, mais calculadas nas estradas bem abertas mas de ritmo e compasso certo. Sinto que vos devo, ainda que sejam visitantes imaginários, um pequeno apanhado.
A ver se a coluna e o cérebro me permite nos próximos dias.
Ok?
[Eva Mendes para a W magazine por Mert Alas e Marcus Piggot. E eu até que não lhe acho lá grande piada.]

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

going south



a preparar roupa, cadernos, máquina, música e podcasts para a viagem: veredicto, tralha a mais - pelo menos agora no meu quarto (!).

espero isolamento terapêutico no algarve. mas para meu bem não demasiado.


imagens de “into the wild” com algumas fotografias minhas do baú. ainda com a banda sonora do filme na cabeça...



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

(5) Days of Summer Movies


Bom. Fui sair do rescaldo de um filme espectacular para me meter noutro radicalmente diferente mas igualmente bom

e agora nenhum deles me sai da cabeça.

Adorava arranjar um fio condutor para justificar os dois mas tenho a sensação que os vou ter de arrumar simplesmente em categorias diferentes como mais duas boas aquisições de verão.

Saí de Inception a pensar quando é que teria a oportunidade de voltar ver no grande ecrã um filme que me agarrasse tanto como aquele, pelo menos tão cedo: do enredo genial, ao ritmo quase frenético da acção e ao gigantesco imaginário. Principalmente o gigantesco imaginário. Essa capacidade de criar narrativas complexas e cenários extravagantes mas num tom quase palpável, e que Nolan consegue tão bem sem quebrar o equilíbrio entre o irreal e o credível. Existe sem dúvida algo incrivelmente aliciante e táctil nesta caracterização que o realizador faz do subconsciente, que acaba por ser tão estranho quanto familiar, mas será só de mim?

Contam ainda um leque de personagens, uma banda sonora e um conjunto de efeitos especiais fora de série mas que acabam, todos eles, por girar em função da trama, mantendo por isso o trabalho tão equilibrado e coeso. A história, por mais complexa que pareça, resolve-se por si mesma.

O grande trunfo do filme, no entanto, parece ser o facto de não se saber ao certo sobre o que é: no fundo, a regra número um de Inception é não falar sobre Inception..


Ainda estava a recuperar do impacto deixado pelo dia anterior quando, na tarde seguinte, dei por mim a ver (500) Days of Summer. E fiquei a pensar quando é que teria a oportunidade de voltar ver um filme que me agarrasse tanto como aquele, pelo menos tão cedo.. Por enquanto ainda estou profundamente sob os efeitos da espectacular banda sonora, das imagens e de algumas das melhores frases dos últimos tempos, por isso não quero ir mais longe do que isto. Mas digo apenas que é de uma veracidade e de uma simplicidade quase dolorosa.

Graças a deus.


(Isto não são críticas cinematográficas definitivamente. Apenas o resultado de ouvir demasiadas vezes uma boa banda sonora, over and over again e a sensação que, a longo prazo, isto pode não ter o impacto do momento. Fica o registo E já agora, se quiséssemos reduzir isto ao mínimo denominador comum ficávamos com o Gordon-Levitt: também não está nada mal.)