sábado, 28 de fevereiro de 2009

Manhattan segundo Allen


"Chapter one: He adored New York city. He idolised it all out of proportion (uuh, no make that: he romanticized it all out of proportion). To him, no matter what the season was, this was still a town that existed in black and white and pulsated to the great tunes of George Gershwin. (..) New York was his town and it always would be."
--

Não sei porque razão quis partilhar este pequeno excerto da abertura do filme Manhattan de Woody Allen neste espaço (tenho a sensação que os meus últimos devaneios têm andado a ser - pomposamente talvez - mais pseudo.intelectuais que sentimentais) mas já que este é ultimamente o meu pequeno refúgio de coisas que me ocorrem e preenchem, então fiquem sabendo que este filme de me preencheu. E eu sinto.me nesse direito.

Provavelmente porque a visão que Allen traduz de Manhattan neste filme se assemelha tanto à do meu imaginário - precisamente ilustrada com a simplicidade magnifica da abertura inicial (rhapsody in blue por um lado e a elegância de uma fotografia a preto e branco da cidade por outro) - é que eu me sinto tão aproximada dela. Mas porquê Nova Iorque?

Calculo que o primeiro instinto de algumas pessoas ao fecharem os olhos é o de imediatamente se imaginarem numa praia paradisíaca perdida nos mares transparentes das Caraíbas, num infinito verde de montanhas e lagos até perder de vista, ou até num café em Paris com La Vie Em Rose como música de fundo.. e diga.se de passagem que eu ainda estou bastante longe de rejeitar qualquer um destes cenários da noção minha noção de idílico; mas, por alguma razão, quando fecho os olhos penso numa Manhattan a preto e branco.

É um mito, uma idealização do próprio espírito urbano.
Eu sei tudo isso, mas gosto desta imagem que tenho na mesma. Já tive o prazer de viajar até lá e acho que até as minhas memórias se alteram em função disso. Suponho portanto que o meu amor seja platónico: só vejo o que quero ver, desprezando os podres da realidade, e mantendo este como um destino não necessariamente inalcansável mas apenas.. não tão disponível como gostaria. Afinal he romanticized it all out of proportion.


Entretanto, aqui fica a referida passagem inicial do filme.

[Manhattan de 1979: Woody Allen e Diane Keaton sentados junto à ponte Brooklin, vendo o chegar da álvorada]

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Lobo Mau, lobo mau...

Porque me apetece;
porque estou cansada;
porque não tenho paciência;
porque estou farta de desiludir as mesmas pessoas;
porque tenho a tendência de me prender a "Lobos Maus"
porque é a minha nova panca;
porque quero um igualzinho para mim agora na Páscoa;
porque não consigo deixar de comer;
porque este também é o meu confessionário;
porque ela acabou de sair por aquela porta chateada e nem me dei ao trabalho de a impedir;
porque me sinto zonza;
porque se calhar estou a deixar passar muita coisa estupidamente;
porque se calhar até sou um bocado "pitazinha";
porque muito sinceramente.... não quero saber;

*

passar bem!
[Robert Pattinson]

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

And The Oscar Goes To...

A 81ª edição contou com a apresentação do tão dinâmico, divertido e assumidade elegante actor Hugh Jackman, que desde o início foi olhado de lado como uma escolha pouco acertada. O australiano quase que a adivinhar toda esse misto de desconfiança e expectativa dissipa quaisquer dúvidas com o fabuloso arranque da cerimónia. Arranque esse que convidas todos os espectadores a voltarem a entrar para o mundo do espectáculo, da Brodway e de toda a alegria a estes associada.

Apesar de recorrer a algumas mudanças (apresentação dos nomeados para papeís principais e secundários por actores anteriormente premiados, agrupamento de prémios por áreas, agrupamento das músicas nomeadas num único número musical) esta edição foi uma das mais, senão mesmo a mais, alegre de todas as outras contrariando o receio em torno do gasto monetário da Academia num ano marcado pela recessão económica.


As diversas apresentações:

-Tina Fey e Steve Martin-Grande dupla com uma mestria muito própria ao apresentarem os prémios para melhor argumento original e adaptado. Excelente grafismo: as falas em simultâneo com as frases escritas na grande tela no ritmo de uma máquina de escrever.

-Ben Stiller e Natalie Portman-A caricata e quase maliciosa imitação de Joaquin Phoenix na estranha aparição no programa de David Letterman por Stiller contrastou com o sempre ar pacífico e delicado de Portman. Bom momento de desanuviamento no meio de tantos prémios técnicos.

-Robert Pattinson e Amanda Seygfried-O filme e fenómeno "Twilight" conseguiu também estar presente nos óscares através da aparição do "enfant terrible", Pattison, que espalhou charme e sorrisos pela carpete vermelha levando as pobres jovens ao delírio. Todavia enquanto apresentava o balanço dos filmes românticos de 2008 ao lado de Amanda Seygried adoptou uma atitude mais resguardada e, atrevo-me a dizer, contida.

-Jack Black e Jennifer Aniston-O que tem de improvável tem de divertida, esta dupla apresentou o melhor filme de animação contando com o já habitual ar esgazeado e "triunfante" de Black que consegue ilustar, na perfeição, o verdadeiro significado de boneco animado. Quanto a Aniston é de referir que para uma mulher que se encontra sentada quase ao lado do ex-marido e da mulher que conseguiu incentivar a separação dos dois com a agravante de ambos estarem nomeados para a estatueta dourada, esta conseguiu parecer muito bem e sempre divertida ao lado do cantor John Mayer.

-Will Smith-mais do mesmo sem deixar de ser divertido. Deu para ver como o "sr.Blockbusters" ainda se encontra em boa forma

-Sarah Jessica Parker e Daniel Craig- par bem escolhido para a apresentação dos prémios que envolviam a estética (caracterização e guarda-roupa) pois afinal de contas estes são ícones do bem vestir (007 e Sexo e Cidade)


Ao longo da cerimónia é de salientar:

-Como era de esperar Danny Boyle conseguiu arrecadar 8 estatuetas, remetendo o tão promissor "Benjamin Button", com 13 nomeações, para segundo plano.

-A atribuição do prémio de Melhor Actor Secundário a Heath Ledger. É de louvar a discreta e a curta homenagem feita ao jovem actor falecido cessando o mediatismo febril feito ultimamente em torno deste. Foi uma despedida oficial pacífica e tranquila com o agradecimento emocionado da família.

-A vitória de Kate Winslet para o filme "The Reader", já presente nas salas portuguesas. Apesar de ser algo esperado foi gratificante assistir à reacção da actriz que, vítima de todo o burburinho à volta do discurso desde que se esqueceu de mencionar Jolie nos Globos de Ouro, conseguiu finalmente alcançar "o seu frasco de champô" ambicionado desde miúda.

-A vitória de Sean Penn já era de facto esperada o discurso é que não. Começa então o agradecimento com uma tirada "you commy homo loving sons of gunns" arrancando um gargalhada enérgica da plateia contrastando com os nervos denunciados pela sua voz e mãos. Foi de facto um discurso político que abordou a oposição ao casamento gay e todas as pessoas que se opuseram manifestando-se através de cartazes à chegada do actor À cerimónia, aconselhando-as a sentarem-se e a reflectirem porque esta era a altura para o fazerem. Apesar de um discurso, considerado politicamente correcto, Penn fez o que muitos que subiram àquele mesmo palco se esqueceram de fazer: mencionar, salutar e parabenizar Mickey Rourke pelo seu regresso. Penn que finaliza o discurso com um orgulho e afeição nos olhos dirigidos a Rourke, congratula-se pelo país onde vive pois este consegue dar segundas oportunidades (caso de Rourke), prevalecendo então: "He is my brother!"

-Embora já existisse uma certa esperança pela vitória da actriz espanhola, esta não passava disso mesmo: uma pequena esperança. Logo quando esta de facto se tornou real a vitória não se ficou apenas por Penélope Cruz mas sim por toda a Espanha e quiçá América Latina. Os devidos créditos são dados a Almedóvar no meio de tantas palavras que dançavam entre um espanhol vertiginoso e um inglês meio torto.

-O discurso de Dustin Lance Black, o rapaz que escreveu o argumento do filme "Milk", foi considerado o melhor de toda a cerimónia pois não se ficou pelos habituais agradecimentos e foi, de facto, mais longe apoiando e incentivando todos os jovens homosexuais no país que se sentiam escurraçados, mal-tratados, gozados e ignorados a prevalecerem e a aceitarem-se tao como são independentemente do que outros dizem. Foi, no fundo, uma resposta à rejeição da Proposta 8.

-A apresentação de Anne Hathaway pela veterana Shirley Maclaine que a elogiou de uma forma aberta incentivando-a a seguir em frente na sua carreira.

-A vitória da película "Slumdog Millionaire" não se limita apenas a uma vitória de um filme ou de um realizador ou muito menos de certos actores mas sim de uma mensagem, de um conceito, de uma ideia. Ideia essa que consiste na união. A união entre os países, entre as pessoas, entre as diferentes etnias. Neste filme inúmeras mensagens estão presentes: a crítica à sociedade indiana através da (ainda actual) existência dos bairros de lata, o conflito entre muculmanos e indianos, a pobreza, impulsionadora das situações mais extremas, o amor, a música, a sorte, a honestidade e acima de tudo o destino.

Partilho ainda convosco a lista dos melhores momentos da noite, segundo o blog de cinema Deuxieme:

Melhor Discurso – Dustin Lance Black, Milk
Melhor Momento – O assobio do pai de Kate Winslet
Melhores Apresentadores – Tina Fey e Steve Martin
Melhor gag – Robert De Niro, a introduzir Sean Penn
Melhor Máscara de Carnaval – Ben Stiller
Mais Inesperado – Departures
Mais Político – Sean Penn, Milk
Mais Emocionado – Adrien Brody durante o discurso da família de Heath Ledger
Mais Luís de Matos – Phillipe Petit, e o truque da moeda
Mais Circense – Phillipe Petit, e o Oscar no queixo
Melhor de Hugh Jackman – A Abertura
Melhor da Academia – A homenagem aos Musicais


*

Um sincero bem haja, minha gente fidelíssima

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Óscares II

E os vencedores foram..

Melhor Filme/ Melhor Realizador
Slumdog Millionaire/ Danny Boyle




Melhor Actor
Sean Penn



Melhor Actriz
Kate Winslet



Melhor Actor Secundário
Heath Ledger



Melhor Actriz Secundária
Penelope Cruz

Considerações? Talvez mais tarde ou talvez até nem as faça de todo - afinal não sou nenhuma voz na matéria mas posso dizer de minha humilde justiça que deste serão de Óscares (o primeiro que assisti de uma ponta à outra sem adormecer) sairam muito boas impressões e que, assim a jeito de gracejo, há que tirar o chapéu à apresentação de Hugh Jackman e à deliciosamente maliciosa imitação de Ben Stiller na entrega de um dos prémios . A noitada ajudou e os filmes de aluguer - The Dreamers e Into The Wild - merecem um novo post novinho em folha. Acrescento desde já que cada um por razões muitissímo diferentes.

Até lá, as saudações da praxe

*

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Óscares I


Pois que o grande receio de todos vós se cumpriu: caiam os céus, soprem as trompetas, cantem os clamores dos grandes! As cronistas juntam.se e eis que a colisão acontece. E em matiné dos Óscares!

Tertúlia intelectual imediatamente lançada na mesa com jogos ilícitos e apostas indecentes envolvidas à mistura: hoje o famoso kodac theater não se enche só com as grandes estrelas como estas também se enchem para nós.. e, diga.se de passagem, bem aninhadinhas e estimadas no grande quadro branco da casa da Curlis, perante apostas e palpites lançados sobre quem arrecada os óscares. As penas de quem falhar ainda estão por decidir mas cada qual, cada expectativa. Senão vejamos:

Melhor Filme
C: Benjamin Button; H: Slumdog Millionaire
Melhor Actor
C: Sean Penn; H: Brad Pitt
Melhor Actor Secundário
C: Heath Ledger; H: Heath Ledger
Melhor Actriz
C: Angelina Jolie; H: Kate Winslet
Melhor Actriz Secundária
C: Penelope Cruz; H: Taraji P. Henson
Melhor Animação
C: Kong Fu Panda; H: Wall.E
Melhor Realizador
C: David Fincher; H: Danny Boyle


Agora algumas considerações: temos antes de mais de esclarecer que todas as nomeações (à excepção da honorífica para Heath Ledger) foram propositadamente escolhidas com diferentes resultados pelo simples e puro prazer de haver sempre alguém na posição de executar a penalidade. Mas confessamo-vos que estaremos cansadas demais para cumprir o que quer que seja...por isso sim, somos de facto um pouco falaciosas.


Seja como for, uma tigela de pipocas, dois copos de sumo de maçã, cenários completamente improváveis, gargalhadas sonoras e scones cuspidos.. a loucura já está à solta!

E ainda é o início...MUAHAHAH MUAHAHAH!










Um Bem Haja, meus irmãos, aqui das vossas cronistas



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Puro Momento de Princesa

Não devia estar aqui a escrever isto mas não pude resistir.

Neste momento tenho um sol fabuloso a entrar pela minha varanda dando um tom mais luzidio ao rio que vejo lá ao fundo, por isso como podem ver é praticamente impossível desenvolver qualquer exercício de concentração que seja.

Enquanto isso a música aleatoriamente tocada vai ecoando à minha volta como uma brisa maliciosa em conjunto com o calor do sol nas minhas pernas, isto é, a dupla perfeita!

Costumo pensar muito naquilo que é suposto escrever aqui no blog momentos antes de atacar o teclado dando prioridade às ideias mais sólidas ou plausíveis sem nunca descurar na construção frásica ou ortográfica, a ortográfica é que não!, e acabo muitas vezes por me esquecer do essencial: que isto é o meu pequeno confessionário, ora bolas!

Não há regras, normas, cânones ou temas obrigatórios apenas o simples e singelo acto de transpor tudo aquilo que se passa na minha mente para este conjunto de chips e afins. O resultado costuma ser algo incerto mas a sua natureza não, visto sair toda do mesmo sítio: de mim. Por isso se me dão licença...

Hoje aprendi a dançar o cha-cha-cha e achei uma experiência tão peculiar e engraçada que atrevo-me a ansiar pela próxima aula.

Logo após o regadinho, sim a dança do regadinho!, separámo-nos em rapazes para um lado e raparigas para o outro. O desafio estava lançado e os olhos expectantes estavam postos nos pés grandes do professor enfiados numas pequenas e ridículas sapatilhas.

"Dois, três e cha-cha-cha" repetia enquanto nós, pequenos e tortos mortais, tentávamos atinar lá com aquela coisa. Ao início eram pernas a trocarem-se, pessoas a pararem e a recomeçar mas assim que entrámos no mesmo compasso a coisa lá se uniformizou. O melhor mesmo foi quando o professor lá resolveu por música para ilustrar os nossos passos anteriormente vazios e sabem que vos digo, meus caros amigos?

Foi espectacular! Quer dizer, fora de hiperbolismos, também não foi fabuloso ou perfeito como uma uma autêntica companhia de dança mas foi leve, descontraído e rapidamente várias ancas começaram a sentir a música.

Estava tudo tão bem até que chegámos a parte mais temível: dançar a pares.

Confesso que fui a primeira da sala a fazer cara feia mas também uma das primeiras a meter-me com um rapaz para dançar. Sim, é verdade, era eu que me chegava sempre à frente mas afinal de contas estavamos ali todos para quê? Dançar...e o resto é barulho!

Lá "rodei" por três rapazes diferentes e palavras banais, voláteis e tansparentes foram trocadas durante o tempo inteiro de uma música, isto é, cerca de 2 a 3 minutos.

Sabem o quão trabalhoso é tentar acertar a rotina da dança com os outros pares da sala, tentar não pisar o meu par, que por acaso aconteceu umas 3 vezes, e manter um ar de pessoa concentrada? Sabem? Pois não porque é de facto difícil!

Mas pronto, lá consegui coordenar-me e até distribuir uns sorrisozinhos de absolvição entre os pobres rapazes que pisei.
Apesar de tal tenho de admitir que gostei muito e que assim que me apanhei em casa começei a treinar sozinha, assim como quando saí da aula e gritei para um amigo meu:

"-..., já sei dançar o cha-cha-cha! Já posso dançar contigo!" ao que ele riposta, "Então venha de lá isso!" e pega em mim que apesar do meu embaraço e surpresa inicial lá me "rendi aos seus encantos" começando a dançar e rir. E o rapaz dançava tão bem e tinha uma posse tão boa, afinal de contas ele tem aulas disso mesmo, que os rapazes que estavam à minha volta rapidamente mo roubaram dos braços e pediram para que os ajudasse a fazer o mesmo...

Isto há coisas...já nem deixam uma simples rapariga ter um puro momento de princesa!

Ás vezes são precisas pequenas experiências destas, pequenos contactos ou variantes para me sentir viva. E não refiro apenas ao meu amigo mas à iniciativa de convidar os rapazes, à experiência nova, à harmonia com o grupo mas mais que tudo, à própria dança que me relembrou o seu efeito à tanto esquecido.


*
Bem haja
Foto: Anne Hathaway

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MILK_Crítica

Eis aqui a crónica que vos prometi assim que a vergonha virasse costas por beves instantes. Pois que ela esta a coçar o olho e eu lá me escapuli...

MILK!

É a palavra ordeira ao longo de todo este biopic realizado por Gus Van Sant, rompendo a tela através de traços branco hospitalar e azul celestial, quase como um aviso para a energia e movimento que aí vêm!

Surge-nos aqui um Penn mais solto mas igualmente afectado de gestos por vezes tímidos variando em languidez, mas sempre num registo espectacularmente diferente. Agarra o papel com um vivacidade tremenda, valendo-lhe como se viu, um nomeação, das oito que este filme arrecadou, para melhor actor nos tão esperados óscares.

Actor de igual atenção é o jovenzinho Emile Hirch, anteriormente o jovem rebelde e fugitivo de "O Lado Selvagem" onde curiosamente trabalhou pela 1ª vez com Sean Penn. Emile Hirch mergulha numa personagem completamente solta, louca, divertida mas simultaneamente complexa e insegura provando mais uma vez a sua capacidade camaleónica.

É de salutar o filme no seu todo onde várias interpretações (o intenso Franco, o trágico Diego Luna, a firme e curiosa Alison Pill e claro o tão carismático Brolin), que seguem o seu próprio destino, se unem todas para o mesmo ou melhor pela mesma pessoa: Milk, contribuindo, assim, para o ambiente de contra-cultura e revolução bem como de convívio.

"40 years old and I haven't done a thing". Além de ser o "motor" de toda a "obra" de Milk, quer no filme quer na vida real, é conclusão a que chega aquando o seu 40º aniversário, levando-o a mudar-se para São Francisco com o namorado da altura, Scott Smith (James Franco). Juntos decidem abrir um loja de material fotográfico em Castro Street, no coração daquele que se estava a tornar num bairro gay.

É neste bairro que Milk ganha popularidade junto da comunidade gay e lésbica através do seu activismo em prol dos direitos destes, iniciando de uma forma crescente ambições políticas para ele, até agora, inexploradas. Tal foi a sua popularidade que Milk chegou mesmo a ganhar o "título" de mayor de Castro Street, reflexo do apoio e incentivo da comunidade crescente que o fez ser eleito à terceira tentativa, para o cargo para o Conselho de Supervisores da Câmara de São Francisco, um dos pontos altos do filme. Faz-se então história! Não só baseou a sua acção de supervisor na luta contra a aprovação da lei que condicionava aspectos como a habitação e emprego com base na orientação sexual, (uma das lutas principais do filme) como impulsionou também programas de apoio e benefício das minorias, trabalhadores e idosos, fortalecendo, ainda mais, todo o carinho e apoio conseguido até à data.

Tal como o filme relata, Milk seria assassinado em Novembro de 1978 na Câmara de São Francisco, juntamente com o mayor George Moscone, por Dan White ( interpretado por Josh Brolin) que após o abandono do Conselho de Supervisores e consequente tentativa de regresso que Moscone inviabiliza, o tornam descontrolado e enfurecido. O filme termina com a morte de Milk mas no contexto real a trama estende-se por mais um pouco com o julgamento de Dan White, concluindo o processo que o réu estaria com as suas faculdades diminuídas devido ao excesso de junk food! Dan White acaba por se suicidar em 1985.

Aliado à história verídica, ja por si só poderosa, eis aqui o típico grafismo de Gus Van Sant variando desde planos em slow motion (cena da morte de Milk), lettering e cores fortes (cartazes das campanhas) incluíndo logicamente imagens e vídeos da época acabando em mensagens inteligentemente subentendidas através de símbolos ou até mesmo música (relação de Milk com a ópera) não esquecendo do jogo entre o filme e a fotografia tiradas pelas próprias personagens em várias cenas.

É ainda meu dever de chamar a atenção para os mais sensíveis que tencionem ver este filme visto que Penn partilha umas quantas cenas "próximas" com Franco e Luna que requerem um certo distanciamento. Não me refiro ao facto de serem íntimas e de se desenrolarem entre dois homens, afinal de contas o filme é sobre isso mesmo (!), mas pelo facto de Sean Penn ter abandonado por completo a sua "rede de protecção" e para pessoas como eu que estão habituadas a vê-lo em papéis de típico homem ou mesmo personagens com algum charme, este é de facto o filme que acaba com todas essas ideias anteriores, pondo-o imediatamente na corrida ao òscar.

Numa linha final, apenas aconselho-vos a ir verem este filme porque vale mesmo a pena, entretanto para quem não tem tempo ou está fraco de dinheiro, deixo-vos aqui o trailer.


domingo, 15 de fevereiro de 2009

E por falar em terapia..

Ontem dei.me ao luxo de acordar um pouco mais tarde sem que me viesse bater qualquer complexo de culpa ou remorso por alguma coisa urgente para fazer. O tempo permaneceu bom e fresco, no sentido revigorante da palavra, e só me pareceu um bom pretexto para tentar arrumar minimamente a confusão total do meu quarto.

Agora, não retirem logo daqui um atestado de trivialidade (embora se calhar o possam fazer) mas, para mim, arrumar o quarto é algo raro e quase inesperado - tenho mesmo de chegar ao ponto do caótico, por isso, quando tal milagre acontece tem de ser feito razoavelmente e com todo o tempo e cortesias, qual terapia que me lava a mente das confusões diárias acumuladas.

A minha atenção foi assim para as roupas espalhadas no armário: tirei a maior parte para o chão e ali fiquei a dobra.las, na maior das calmas, até chegar à gaveta da roupa de dias mais quentes e amenos quando, sem aviso, me bate uma forte nostalgia.. de manhãs solarengas principalmente.

Lembrei.me de serões do verão passado, com cheiro a campo e toda as ideias e ingenuidade antes dele; lembrei.me de um grupo de meninos de artes atormentados com as coisas de geometria descritiva, sentados sempre no mesmo sítio a apanhar o sol de tarde e a comer as suas sandes do bar ao almoço; lembrei.me até do meu décimo ano, de toda essa euforia e despreocupação por algo novo, de fotografias tiradas, muffins e óscares na memória e, em suma, de uma boa junção entre o antigo e novo. Lembrei.me.. e talvez céu azul de janela aberta ou cheiro a roupa lavada mas isso deu surpreendentemente origem..

..a memórias não tratadas nem pré.fabricadas. E por um momento fiquei mais perto delas.

Mas à parte os meus devaneios matinais, foi um bom sábado! Lá convenci a minha amiga, Sua Majestade (como tanto ela gosta de se afirmar), a fazer algo da vida e a desprezar o dia do senhor Valentino em conjunto numa ida à Baixa lisboeta e com o serão vieram fotografias, paleio, Franz Ferdinand em cd e até um famoso Swirl a rematar.

Há que ter fé nos bons dias..

[O que ando a ouvir: Katherine Kiss Me, Franz Ferdinand]

*

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Viagens e Terapia


Ora encontro-me a escrever a uma hora, supostamente, de partir para a grande invicta, a cidade do Porto! Pois é. Estão a ver? Ás vezes compensa ser paciente pois até que a minha vida pode se tornar interessante, nem que seja apenas uma fracção.

Vou lá só de passagem, verdade seja dita, pois só passarei lá uma noite mas é me suficiente para espalhar o meu olhar fotográfico por toda a cidade. O suficiente para espaireçer e ouvir novas vozes. O suficiente para mudar.

Enfim não sei muito bem o que esperar a não ser uma viagem calma e tranquila e um regresso ainda mais tranquilo com uma bela "colheita" de fotos ao meu lado.

Tenho de vos convessar e concordando com a ideia da Annie Leibovitz, "Andar de carro é como se tratassem de nós!", que adoro fazer longas viagens de carro. Culpa de tal gosto é dos meus pais que desde bébé que andavam comigo de um lado para o outro e eu lá me fui habituando...


Gosto tanto, mas tanto que nem sabem o bem que me faz.


A estrada a passar por nós como uma longa carpete cinzenta, as núvens a fugirem discretamente ao longo da janela assim como os raios de sol a contornarem-nos a cara. É impossível que uma pessoa viaje sem fazer uma única reflexão, um pequena ou mirradinha que seja...não interessa.


Ao fim de um hora a ler e a ouvir música, acabo sempre for fechar o livro e reenconstar-me à porta do lado esquerdo e ficar a olhar para a paisagem. Esta passa como se me lavasse os olhos com as suas cores esfumadas e garridas.


Sinto-me bem e segura de mim própria.


Mesmo que o futuro seja incerto e que eu tenha plena consciência de que 2ª-feira a minha vida volta a tropeçar na normalidade, tenho aquele momento em que me elevo por sinceros e particulares minutos.

*

UM SEMPRE BEM HAJA, MEUS IRMÃOS
Foto de Clint Eastwood por Annie Leibovitz da mesma sessão que pus no post anterior "Something Just Clicked"

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Factos Curiosos Irritantemente Numerados


Ora deste duo sensação-maravilha, deste Miguel e André, desta maionese e ketchup, destas duas "cabras devassas", eu sou a mais ranhosa e a mais fugidia por assim dizer. Mas se vocês meus caros e tótós leitores, sim tótós por se interessarem por este material certamente inútil, tivessem o computador no mesmo sítio que eu o tenho: ora gelado quando chove ora uma autêntica sauna quando faz sol, aí sim queria ver se eram assim tão activos aqui como a minha partener pseudo bicha-carpinteira!

Mas enfim até que vou tendo algum vagar, algum..., para escrever algumas coisas. Sim não passam de coisas...tristes, mas coisas.



Hoje estou virada para os factos e ei-los aqui e agora para todos vós:
  • Facto curioso número um:

Kaiser Chiefs. Quatro palavras apenas: FA-BU-LO-SO! Adorei em todo o sentido da palavra e tal como a cara Curlis afirmou, sim fui um pouco sem saber bem o que esperar mas verdade seja dita que saí de lá a dançar a um compasso contagiante e alegre. Foi libertador! Até que podia descrever de uma forma mais específica como foi o opinar acerca do alinhamento musical ou até mesmo do público mas, meus caros, a minha comparsa já o fez magnificamente e ela sabe-o bem e porquê. O mais curioso foi que o texto que escrevi na noite anterior ao concerto, em que descrevia aquilo que queria sentir, tudo aquilo que me fazia falta, assim por dizer, realmente foi sentido e vivido por mim no concerto. Quase que uma breve premonição literária...



"Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhh!
Tenho o sangue a ferver. Gotas de suor insistem em percorrer ferozmente o meu corpo. Já nem sinto o ritmo cardíaco de tão veloz que é. Olhos abrem. Inspiro. Olhos fecham. Tusso. Cai outra gota. Arrepio-me. Ahhhhhhhhhhh! Lá vem ele outra vez!
Quero ser feliz! Quero aproveitar o momento por isso fecho os olhos. Espero que resulte...não serve de nada rezar agora que os santinhos não são assim tão milagreiros. Salto. Corro. Inspiro. Grito. Aaaaaahhhh!
É agora. É momento....! É o impulso
"

  • Facto curioso número dois:

Fui hoje invadida pela primeira vez em muito tempo pela sensação de espontânea alegria matinal. Sim, é de facto algo banalíssimo para todos vós mas para mim foi peculiar. Acordar de manhã e em vez de ter um manto de triste e enrrugado nevoeiro que me ganha todos os dias na eterna batalha do "agasalhar bem", e ter um sol limpo e azul com raios solares, ainda que dispersos. Mas bolas são raios solares! É sol afinal de contas! Acordei mais cedo, coçei a cabeça, olhei pela janela e uma nostalgia primaveril apareceu quase em surdina, mas numa surdina tão doce e boa.

  • Facto curioso número três:

Fui então, juntamente com a Curlis, ver o filme que aguardava com alguma expectativa. Falo de "Milk" de Gus Van Sant. Gostei....muito! Cheguei mesmo a fazer uma crítica mas para fins escolares. Talvez chegue a partilhá-la convosco quando a vergonha virar as costas por breves segundos.

  • Facto curioso número quatro:

Acho que sou oficialmente uma adolescente inconsciente, seguindo a expressão sábia do meu paizinho, visto que iniciei a minha leitura no tão aclamado bestseller "Twilight" aka "Crepúsculo". Devo-vos confessar que todas as minhas intenções partem da simples e inocente curiosidade que por acaso foi adquirida assim que vi o "maldito" trailer. Porém visto que uma amiga minha disse que deveria ler o livro primeiro uma vez que o filme tem uma série de disparidades, segundo críticas alheias, e que é de facto uma leitura agradável, resolvi então começar a minha jornada juvenil! Porque não? Sabem, às vezes cansa-me ter de manter esta guarda de adolescente pseudo.erudita ou extremamente madura e sensata. Não é que não carregue todas essas grandes palavras na minha camionete diariamente e por gosto mas nem imaginam como às vezes è bom fugirmos a tudo isso e voltarmos ao mais simples, ao mais básico, à estaca zero. Voltar onde há de facto finais felizes e palavras objectivas. Voltar onde raparigas solitárias e desajeitadas a educação física se apaixonam por rapazes extremamente jeitosos e vampirescos partilhando entre eles uma luta imensa para ficarem juntos e felizes. Porque não? Porque raio é que não...?

  • Facto curioso número cinco:

Não sei que mais vos dizer...a verdade é que ultimamente e por vontade própria, desde já aviso, não tenho dado muita atenção à parte sentimental. Sou mais objectiva ou pelo menos mais fria. Quanto mais distância melhor que este ano não é bom para desvarios. Os únicos desvarios a que me posso dar ao luxo são mesmos os agridoces!



*

Espero vir a escrever com mais frequência, senão o fizer então lamento mas é me mesmo impossível, pois sempre que me vou a sentar na cadeira manhosa e carrego no botão no computador, uma voz solene vinda lá do fundo, sem idade ou sexo em particular, chama pelo meu nome e eu, claro...que querem que faça?, respondo prontamente...retorcida!

Um bem haja meus irmãos!

foto: Gus Van Sant e Sean Penn para a sessão fotográfica feita pela Annie Lebovitz para a Vanity Fair de nome "Something Just Clicked". Versão integral aqui: http://www.vanityfair.com/culture/features/2009/03/actors-directors-portfolio200903?slide=1#globalNav

Impressionante Impressionismo

Fico de alma lavada.

É certo que nada de especial aconteceu, nem que tenho tão pouco grandes motivos para sentir esta paz de espírito e secreto sorriso interior (outros certamente arranjarão melhores razões) - mas sinto e, porque o Caeiro sensacionista e simplista que há dentro de mim assim o manifesta, limito.me apenas a ficar um pouco mais bem disposta pelo simples facto de estar.. bom tempo.

Ora deixem.me ser assim e deixem.me ter estes momentos! Se não os tiver uma vez ou outra (e se não falar deles assim baixinho quando ninguém deve ouvir) qual é o sentido de andar aqui ligada a estes serões rotineiros? Acabou, já tive dias que cheguem de chuvisco e nevoeiro metafóricos e já tive dias que cheguem de chuvisco e nevoeiro literal, neste Inverno.
Vou por isso sorver este inédito céu incansavelmente azul e este sol que só hoje aquece alguma coisa; vou descer a longa avenida finalmente sem um guarda.chuva na mão e até vou dispensar os phones para ouvir um ou outro carro solitário a passar; vou abrir a janela do meu quarto sem que faça frio e vou puder ver de facto o entardecer sem ser por baixo de uma camada homogénea e pesada de cinzento indefinido. Sou uma criatura extremamente sasonal, que se há.de fazer?

Pois há quem tenha sentimentalismos.. eu como não sei que é feito do meu, agarro.me aos sensionalismos. Não me basta - mas sempre melhora qualquer coisa quando a impressão não é analisada e se mantém espontânea.

(e louvado seja Pessoa, amén!)

*

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Kaiser Chiefs no Coliseu

Oh meus caros, virtuais (e provavelmente apenas imaginários) leitores, deixem.me apenas que vos diga que a minha alma ainda está plena e irrevogavelmente.. cheia.

Pois não foi que estas duas cronistas deram por elas no memorável, enérgico e vibrante concerto dos Kaiser Chiefs na passada noite de Domingo, no Coliseu dos Recreios em Lisboa?






Mas devo antes explicar o enquadramento deste evento, quanto mais não seja em relação a mim: 'redescobri' esta banda por fins do ano passado com um novo entusiasmo e, uma coisa puxa a outra, rapidamente fiquei encantada com o grupo de 'músicas de bicho carpinteiro' que me faziam verdadeiramente querer dançar e cantar em plenos pulmões. Tarde de mais veio essa descoberta (depois de perder a prestação deles no passado Rock'in'Rio), pensei eu, pelo que não foi o meu espanto quando percebi que estavam de volta - pobre Hepburn que veio comigo por forte meio de persuasão (e acabou por se converter também, segundo afirma). E assim chegamos ao presente relato.

O serão começou bem: vão duas bifanas comidas à pressa ('Olhe tem dois pregos?', 'Pregos não, só bifanas' - a vida tem destas coisas), um pouco de mostarda que não sobe ao nariz mas desce ao cachecol e uma entrada no Coliseu relativamente rápida para uma sala que enche a um ritmo progressivamente alarmante. Logo nos instalámos num lugar relativamente bom na plateia: um pouco da periferia direita e 'vizinhos' duvidosos a cercarem.nos mas, ainda assim, vista desimpedida e lugar chegado o suficiente para sentir a energia que nos aguardava. Esperámos e, como é claro, o pseudo.criticismo agridoce atingiu o seu expoente máximo; desde o estranho par ku klux klan à nossa frente (pelo capuz partilhado e duvidosas tendências de companheirismo masculino), ao panorama de um bill kaulitz e de um nirvana revoltado que ia fazendo amor com a sua coelhinha na bancada, soltou.se a má língua, veio a risada e tornou.se evidente que, pelo menos para nós, o espectáculo já tinha começado.

A primeira banda deixou logo o seu gostozinho, que é como quem diz, 'foram uma bela mas desfrutável merda'. Com o nome mais impronunciavel da história, os Dananananacoiso fizeram o seu festival de 'fada do punk', numa tentativa de meter um público impaciente a abraçar.se. Quanto a mim, eu digo que estes rapazes só podem ser sem dúvida bons católicos, inspirados naquela parte do discurso da missa do 'saudai.vos na paz de Cristo'. E deus sabe o quanto eles não devem amar o próximo..

Foi só então passada uma hora desde o inicio desta odisseia, que o palco voltou a dar sinais de vida, recortando os primeiros vultos da banda sob uma intensa luz de fundo a par da excitação crescente de antecipação. Spanish Metal abre o concerto, como anúncio de abertura ao novo álbum e Everyday I Love You Less and Less faz explodir o público em todos os sentidos - uma euforica versão de mim salta de um lado para o outro de braços no ar tentando conciliar os dois casacos com uma mala ao ombro a baloiçar para cima e para baixo a um ritmo constante.

Os hinos são conhecidos, a música está na ponta da lingua (mais gritada que cantada) e aquela que não está, acaba por ser intuitivamente entoada ou simplesmente pulada. Por volta da terceira canção já estou eu de manga curta e com os respectivos agasalhos atados fielmente à cintura e a meio do concerto só vejo saltar a alça da minha mala para esta acabar entre os meus pés, à sorte da virgem. Os temas correm quentes, enérgicos e imparáveis, bem ao estilo destes meninos de Leeds: os clássicos misturam.se com as novas músicas e é dificil dizer qual é o ponto alto quando todos os temas são praticamente cantados com igual genica e adesão do público. Diria que Angry Mob e Never Miss a Beat são o expoente, as nossas vozes acompanhando incansavelmente os refrões, apesar de cederem e rasgarem ao esforço e as palmas ritmadas no ar, indepenentemente das dores ao longo dos braços. Oh My God dá, por fim, o pontapé de saída (literalmente) e mesmo quando tudo acaba constatamos que estamos exaustas mas satisfeitas.

E qual cenário de guerra após a euforia, o Coliseu esvazia: o mar de gente avança e nós esperamos - até porque sabiamos que era inevitável, segundo as Leis da Colisão já aqui referidas, encontrarmos alguém do nosso grupo de contactos (dito e feito, vimos logo dois nessa calha). Uma vez no bar, uma cerveja, uma água e um (inacreditável) pseudo Garrel fresquinho e acabadinho de sair.. é improvável mas acontece.

Serão cheio, é o que dá.
[fotografias tiradas do site da Blitz, artigo completo aqui: http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/39644]
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