domingo, 25 de setembro de 2011



sei lá o que o dia de amanhã traz. não me peçam para fazer mais previsões, não me peçam explicações nem definições. mas a verdade é que serões como o de ontem deixam-me sempre de alma cheia, sabes que sim - a manhã foi boa por outras razões porém entre conversas, brindes e riso idiota acho que também damos conta do recado.

pois é, há coisas que mudam no cenário mas outras mantém-se tão deliciosamente constantes.

(parabéns minha cara, estamos cá para isso!)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

20 anos

Acho que já nem jeito tenho para escrever. A verdade é que estou assustada. Devia parar de fumar. Não devia pensar em disparates. Só sei é que vou fazer 20 anos e ele não está cá para ver. Ele não está cá para me ligar e perguntar com aquela sua voz serena e rouca como me corre o curso e quando a próxima ida ao cinema que acabou de estrear um filme sobre política que podíamos ir ver juntos. “Sim, avô, mas diga-me lá: quer ir quando? Próximo fim-de-semana? Ok. Então deixe-me só ver as sessões.” E lá combinávamos nós. Ele vinha-me buscar a casa no seu mítico nissan sempre a ouvir as suas cassetes de música clássica. Chegávamos sempre à sala de cinema minutos antes. Parecia quase matemático.

Tenho tantas saudades. No meu último aniversário com ele ainda perto de nós, ofereceu-me o relógio que comprou em Paris com o seu primeiro ordenado da empresa onde trabalhava. O peso que senti ao pô-lo no meu pulso. Tão bom. A confiança, o carinho, a força para o futuro.
É horrível chegar a esta altura do ano. É tão chato fazer anos. Nem no seu seu aniversário ou na data da sua morte choro tanto. Agora, enquanto tento escrever estas linhas estupidamente melodramáticas, lacrimejo. Agora, enquanto vou ouvindo a voz fininha da Spektor, fungo. Agora, enquanto paro para olhar para o rio escuro iluminado apenas pelas luzes da outra margem, suspiro. Perco a postura toda. Fico uma menina. Mas é inevitável. A ausência fode-me o juízo. Atormenta-me mesmo. Caio no erro de ser repetitiva por de tempos a tempos ter estas saudades súbitas e quase incontroláveis, principalmente nestes dias. Daí já não chatear ninguém com isto. Só digo que tenho tido saudades e que sinto a sua presença. Mas poupo os detalhes ou a intensidade da coisa. Não sou uma mariquinhas. Só deitada na cama é que me dou ao luxo de, depois de um dia de trabalho, pensar e talvez lacrimejar e quiçá chorar.
Vinte anos depois e que mudou? Que tenho eu na minha vida agora? Sim, concentremo-nos no presente e só no presente unicamente. Bem, já devia ter a carta por esta altura mas a reprovação no código não motivou muito para a sua conclusão e eis que ando a ver se arranjo a dita vontade. Todavia tenho um namorado como deve ser há já algum tempo. O que tem de defeitos tem de qualidades. Protege-me, puxa por mim “De que raio estás à espera para fazeres a tua curta? Mexe-te!”, irrita-me “De que raio estás tu há espera para tirares a tua carta, oh parvo?”, pica-me “Mariquinhas”, canta-me ao ouvido “Querida é só de ti que vou gostar”. Faz-me bem e gosta de cinema. Simples. Ainda não fiz nenhuma curta masestou mais perto de a fazer. Tenho a história, a câmara, o guarda-roupa e o actor, pelos vistos. Falta a coragem, acho eu. Tenho um part-time com o meu pai e adoro. É onde me sinto eficaz, válida e empenhada seja a fazer o que quer que seja. E só me falta mais um ano de faculdade pela frente.
Não sei como vai ser o futuro, nem quero saber. Não me digam, não me indiquem. Não quero. Estou no presente. É nesta noite de segunda que escrevo este texto, é na terça que vou dormir com ele e é na quarta que vou fazer 20 anos. Este é o meu presente. Bom ou mau. Com saudades ou com beijinhos. Com lágrimas ou com gargalhadas. Com cafés e cigarros ou com chamuças e cervejas cobra. Com Spektor ou com silêncio.

Não quero saber de mais nada por agora.

domingo, 18 de setembro de 2011

new year. more work. less time.



well, bring it on.

craig ferguson, há muito muito tempo suponho. esta imagem ainda me faz rir no entanto.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011


Conclusões?


Depois de tantos debates, filosofias e devaneios intelectuais percebo finalmente que não tenho nenhuma grande máxima teórica a retirar de toda esta experiência, como se de repente tivesse voltado de um poço de iluminação interior e tudo à minha volta passasse a fazer mais sentido. Não faz. Aliás, acho que nenhuma das conversas que alguma vez tivemos pretendia chegar a algum lado, para além de demonstrar que cada um de nós convergia embora com opiniões e formas de encarar o mundo bastante diferentes. Mas posso ser absolutamente sincera em dizer que de facto me senti genuinamente bem, com a experiência e com a companhia, e isso basta-me agora.
Também me soube muito bem mesmo, no dia a seguir à chegada, falar contigo mesmo que por entre risos, guinchos e mel no pão, e contigo pela sopa de tomate alentejana e pelo jarro de sangria partilhado à noite. E contigo pela conversa de final de tarde no pontão, pela honestidade e preocupação que eu nunca saberei na totalidade retribuir mas que prezo o bastante, e contigo por simplesmente estares.

Apenas isto.

sábado, 10 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não


Não vos vou dar palavras além destas aqui e agora dispostas. Não vou porque além de não me apetecer, prefiro esperar pelo material quentinho e mesmo a chegar da minha companheira cronista. Ela sim é que vai ter muita coisa interessante para aqui partilhar com vocês. Eu apenas continuo aqui na minha simples existência: a acordar tarde, a deitar.me ainda mais tarde, a ir ao facebook e a ver filmes. Triste forma de vida. (Nem estranha é, eu sei). E depois tenho toda aquela coisa kármica de "não-escrevas-se-não-ainda-estragas-!". E pronto, não escrevo que ainda estrago. Verdade. Mas ainda vos vou presenteando com alguma fotos fofas, vá. Não sei, esta reentré pede um jantar como deve ser para problemas, preocupações, receios, esperanças e planos sejam atirados para o ar e desfeitos por gargalhadas entre golinhos tímidos de vinho e nuvens de fumo de algum cigarro perdido.


Tão bom.





[o magnífico Chet Baker, a sua mulher e o seu trompete fotografados pelo, outro magnífico, Bruce Webber. Love this photo.]

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

just because


i'm in the mood.



[Ryder and Depp on the set of "Edward Scissor Hands"]