tag:blogger.com,1999:blog-71280481894629257202024-02-06T20:46:01.217-08:00Crónicas Agridoces RevisitedFrankly, my dear, I don’t give a damn.da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.comBlogger351125tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-57962190878799909562021-09-18T19:11:00.002-07:002021-09-18T19:11:51.740-07:0030<p>Mais uma noite com fumo e música e álcool. Mais uma noite com amigos e resumos da semana, conversas fáceis com o pessoal do costume e piadas leves com o pessoal que aparece pela 1a vez. (Nunca os fazemos sentir mal). Um sábado carregado de fumo e minis para uma semana de merda. É um exorcismo. Só que não é a mesma vida. Temos um bebé agora. Uma bebé fruto de 10 anos de convívio juntos. De discussões, silêncio e palavras. De amor. Desde que nos conhecemos, que sabíamos que iríamos ficar juntos. Com um bebé. E temos hoje essa bebé com os avós e a noite é nossa. Sentimos-nos jovens, livres e estúpidos. Mais uma noite com fumo e música e álcool. Até à próxima noite. Fico sozinha frente ao ecrã enquanto ele joga e posso escolher o que quero ver e ouvir que ecoa num estúdio ocupado e claro que o passado me abraça e escolho ouvir o que me fazia sentir quente há anos e que nos aquecia quando éramos mais novos. A uma semana de chegar de pés juntos aos 30, penso onde estamos e o que conseguimos. Passo as mesmas músicas para ver como me sinto e sinto as mesmas coisas: amor, luxúria, desejo, amor e amizade. Trinta anos e onze de relação. O resumo de uma vida adulta sempre acompanhada pelo meu melhor amigo paciente de cabelo comprido no início, curto nos momentos difíceis e agora novamente longo quase como uma recuperação da juventude. Não é fácil, é muito trabalhoso mas temos uma bebé linda e inteligente. Há momentos em que só apetece bater com a porta quando sinto que o caco da gata podia ter sido mudado ou a roupa apanhada do estendal sem eu ter de dizer uma palavra e há outros momentos em que páro a olhar para a família que construí e o amor aquece-me a barriga. É difícil mas é o que deixo nesta terra quando for: um amigo paciente de cabelo, novamente, comprido, com uma cabeça às vezes mais complexa que a minha e uma filha, companheira desde o dia em que soubeque existia no meu ventre, cheia de personalidade que me faz rir todos os dias. A vida é trabalhosa, dura mas bela. Odeio o meu trabalho, tivemos uma semana desencontrados emocionalmente e senti-me louca a tentar acompanhar a minha pequena na creche mas estou feliz, no fim de tudo enquanto ouço todas estas músicas que ouvia nos mesmos finais de noite no estúdio, por termos criado, juntos, esta família. Um grande amigo meu leu-me há uns tempos as cartas (tão Maria Helena) e a primeira carta que foi levantada foi a família e eu ri-me. Sim, pode estar tudo na merda mas sei que o jantar mais tarde ou mais cedo será servido à minha bebé, sei, também, que com uma semana de atraso irei fazer aquela máquina de roupa depois de uma semana a enxugar-nos em toalhas de praia e sei, também, porque enquanto feminista fodida, a minha vida não se resume a tarefas, que irei, por muito difícil que seja alinhar agulhas com o meu amor, o meu melhor amigo, o meu marido não oficial. É difícil, não me é orgânico mas sei que está sempre aqui este compasso que me atraiu para ele desde sempre mas por cá ficamos. Felizes alguns dias e cansados em todos.</p>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-73877716189650819282018-04-10T18:02:00.002-07:002018-04-10T18:08:31.446-07:00Eu e o Tempo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBZNyz6Ue1O6ASeQbzj6gNM_dcNs6nEDnky1mHdkJBxE9IMUDK916mBTLZqFLIwJ5Tj80L31jt_9LOHg_rbKFwIJA0E7DkP6GYMCK7A3ciGQFJXjWbcNcaWgQN-1B5d_loIHq-9tZTRQ4/s1600/Maria+Callas+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="982" data-original-width="1500" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBZNyz6Ue1O6ASeQbzj6gNM_dcNs6nEDnky1mHdkJBxE9IMUDK916mBTLZqFLIwJ5Tj80L31jt_9LOHg_rbKFwIJA0E7DkP6GYMCK7A3ciGQFJXjWbcNcaWgQN-1B5d_loIHq-9tZTRQ4/s640/Maria+Callas+1.jpg" width="640" /></a></div>
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Digam-me lá que sou tão boa e tão talentosa. Digam-me lá que sou criativa. Digam-me lá outra vez que sou tão inteligente e que tenho imenso valor. Vá lá. Digam-me lá isso. Porque quem recebe os meus cv's e carta de motivação não pensa o mesmo.<br />
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É cartas de motivação, é cartas de apresentação, é cv's de uma página, é cv's de duas páginas, é cv's em inglês ou em português, consoante o gosto do freguês. É ainda comprovativos de que me dediquei a uma licenciatura (que demorou mais tempo do que a sociedade permite) e que aguardo defesa de tese (cujo mestrado as saídas me parecem tão enovoadas como um banho turco).<br />
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É emails atrás de emails. Apostas atrás de apostas. Respostas negativas ou não respostas de todo enquanto acumulo trabalho na minha secretária mordida todos os dias pela culpa de querer virar a página. E o tempo a passar aos saltos, à minha volta, como um bobo da corte já meio embriagado. (Haja alguém que se divirta pelo meio disto tudo.)<br />
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Não me queixo. Só desabafo. Sei o meu privilégio. Sei que sou uma mulher branca de classe média, alguns meses alta, outros baixa, mas sei a sorte que tenho em ter o que tenho à minha volta. Logo, não me estou a chorar. Estou a desabafar. Estou zangada com as balelas que nos vendem e com o difícil que é fazer aquilo que realmente se quer fazer de forma paga.<br />
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<i>"Oh, que querida...chegaste finalmente a essa conclusão..."</i> alguém pensa, atira, goza. Sim, verdade. Cheguei tarde e irrita-me o processo.<br />
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Até para isto cheguei tarde. Não me tenho dado bem com o tempo ultimamente. Essa noção temporal tem sido demolidora. Tem-me atormentado, espezinhado, angustiado. Não somos os melhores amigos agora. Para onde quer que olhe, ele ri-se de mim. Olho para os meus irmão e vejo a sua marca. A minha pequena já é uma miúda feita e o gordinho que outrora me enchia o colo, já sai à noite. Amigos do passado são estranhos. Não os reconheço. Mas acho que isso é a vida, não é o tempo, honestamente. E depois, vultos do passado que aparecem para acertar o presente. Lá está, mais uma prova de que o tempo passou. É um cliché tão grande a frase que os adultos nos atiram em pequenos de <i>"não queiras crescer!"</i> mas é tão estupidamente verdade. Olho para mim, sinto o tempo no meu corpo, nos meus quilinhos a mais ou na minha impaciência.<br />
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Não temos sido amigos, o tempo e eu mas não temos sido estranhos. Muito pelo contrário. Conhecemos-nos bem, sabemos em que lado da sala estamos e para onde queremos ir: lados opostos. E aqui estou eu. Chegada a casa de umas cervejas com uma amiga com a ideia de trabalhar mais um pouco em casa mas escrevo isto e já são quase 2h da manhã. Filho da mãe do tempo. Cabrão. Não temos sido grandes amigos, de facto.<br />
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O amor é que me tem segurado no braço. Acalma-me e diz-me para onde olhar e o que valorizar. Tenho saúde, tenho amor, tenho amizade, tenho risos e abraços. Tenho esperança e tenho um plano. Por muito que o tempo teime em passar e passar por cima de mim, com um plano tenho mais pé. Ou pelo menos tenho a sensação de que tenho mais pé.<br />
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p.s. - Já não se escrevem blogues obviamente a não ser que sejam de moda mas irei teimar em voltar aqui as vezes que forem precisas. Abri as janelas e avaliei os estragos, lembram-se? Não chegou, é verdade, para manter a casa a funcionar, no entanto, não estou disposta a vender esta casa. Passe o tempo que passar.<br />
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<span style="font-size: x-small;">[Maria Callas, a única por quem o tempo passou, magoou, consagrou e que eu faço questão de trazer no meu coração]</span>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-60050016073150913602018-03-06T05:14:00.000-08:002018-03-06T05:14:55.922-08:00Reflexão Póstuma<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZGzWKDIMFVbbFU8CXW3DCgG1z-7QQuZVtMH-k0GUonitrKvXoNP-ZlDhLsYv-MD5voPmW_zKp6G9zivhWFr5qZfZCgfRXJ-zqjaEgYGxcrctd4WLU70lFeF7AmheXMw3MEF_TuH2ah44/s1600/tumblr_motaf6Hg7y1qa1iiqo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="673" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZGzWKDIMFVbbFU8CXW3DCgG1z-7QQuZVtMH-k0GUonitrKvXoNP-ZlDhLsYv-MD5voPmW_zKp6G9zivhWFr5qZfZCgfRXJ-zqjaEgYGxcrctd4WLU70lFeF7AmheXMw3MEF_TuH2ah44/s1600/tumblr_motaf6Hg7y1qa1iiqo1_500.jpg" /></a></div>
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Cheguei a uma pequena epifania enquanto revisitava e procrastinava neste espaço (como faço sempre) e que gostaria de partilhar convosco. É a seguinte: <span style="color: #76a5af;">já ninguém escreve blogues.</span> Ou melhor dizendo, claro que ainda muita gente escreve blogues mas poucos os lêem efectivamente. Estamos sem paciência, a atenção é curta e a desinformação e as <i>fake news</i> são mais do que muitas. Acho que estamos todos um bocadinho saturados uns dos outros no apogeu da era digital, embora ainda agarrados a ela e sem saber muito bem o que fazer a seguir.<br />
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<span style="color: #f9cb9c;">Estamos mais silenciosos, mas de vez em quando gostamos de ouvir o nosso próprio eco nestas paredes abandonadas.</span><br />
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<span style="color: #666666; font-size: x-small;">Até já meus queridos (até daqui a um mês, três anos, dez anos, ou nunca mais; mas lembrem-se que se é para redescobrir os restos arqueológicos deste blogue, anos mais tarde, que ao menos seja com<a href="https://www.youtube.com/watch?v=gFDM7JGHGYo"> música do Indiana Jones</a> em pano de fundo).</span>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-84356201018990073672017-09-17T16:32:00.000-07:002018-10-11T09:48:15.854-07:00Voltei aqui, ao sítio onde fui feliz<div style="text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwtVt7Hi68_cRKXP8tubDlNfscrBPvkectXrAsDcdpauPYbDtwKqTuiivH8_oQHcoGT03jC7SG7dcmrk9z5hzDvu1p76uotTRIMBgat6jFGdMWWwIxCxLNMt7-1QlV26UveDaZJkuqWHQ/s1600/jack+davidson.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="808" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwtVt7Hi68_cRKXP8tubDlNfscrBPvkectXrAsDcdpauPYbDtwKqTuiivH8_oQHcoGT03jC7SG7dcmrk9z5hzDvu1p76uotTRIMBgat6jFGdMWWwIxCxLNMt7-1QlV26UveDaZJkuqWHQ/s640/jack+davidson.jpg" width="504" /></a></div>
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Confesso que não sei como utilizar exactamente as palavras para preencher este espaço. Onde estive eu, afinal, durante todo este tempo? Acabei por voltar aqui, como volto sempre: para procurar uma escapatória, um refúgio. Uma fuga imediata do que é verdadeiramente urgente num canto silencioso, como uma criança em busca um abrigo seguro. É sempre assim. Gostava de dizer que houve outro motivo menos cobarde para regressar a este sítio - no entanto, é o que é.<br />
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Julguei este lugar completamente abandonado, admito. Sei que, no que depende de mim, a última vez que escrevi aqui foi noutra vida. Talvez seja simbólico, pensando melhor. As lembranças destes últimos três anos vagueiam na minha memória como partículas em suspensão. Como quando voltas a abrir um quarto empoeirado, onde bate aquela luz de fim de tarde oblíqua, e tudo o que vês é uma dança de poeira a oscilar no seu limbo privado. Mas a verdade é que este espaço não estava completamente vazio. Durante a minha ausência escreveste três textos belíssimos, minha cara cronista, que ficaram a ecoar nas paredes deste espaço. E descreveste (muito melhor do que alguma vez poderia) a sensação de crescer e de regressar ao lugar onde crescemos. É claro que na altura respondi-te e disse-te que te ajudaria a desempoeirar este blogue: menti claro. Passou-se um ano e só agora me dei conta da enormidade dessa mentira.</div>
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Gostava de vos contar como estou neste momento. Como é que o tempo passou quando estava a olhar para o lado e de repente dei por mim com 25 anos, em eminência de fazer 26. Como é que de repente, no meio de acções banais, comecei a ter memórias vívidas - com a nitidez de quem percorre uma rua com um cheiro específico - como se tivesse acertado por alguns segundos numa dobra do tempo. Como é que livros, músicas, filmes, projectos e viagens - que pensei ter revisitado ontem - me atiram para muito mais longe, deixando-me desorientada e sem fôlego. Não é não tenha existido uma felicidade sólida e constante, no passar destes anos, ao lado de quem verdadeiramente estimo. O que é importante está, felizmente, no lugar. Mas temo que pelo meio tenha deixado escapar algo fundamental. Algo que me fugiu por entre os dedos enquanto procrastinava e todo o mundo progredia em surdina.</div>
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<span style="color: #f9cb9c;">Ou talvez, se for honesta comigo mesma, este sentimento sempre me tenha acompanhado como ruído de fundo. No final do dia resta-me rasurar estas vozes (ah!) e fechar o ciclo de vez.</span> No entanto, não deixa de ser curioso voltar a este sítio e voltar a ler algumas das coisas que escrevemos. Outras dúvidas existenciais, outros problemas de fundo, outras parvoíces, outras pessoas, outros ciclos. Mas felizmente, como digo tanta vez e volto a repetir, ainda bem que há coisas que se mantém.<br />
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<span style="color: #999999; font-size: x-small;">Fotografia de Emma Stone por de Jack Davidson para o <i>New York Times </i></span><span style="font-size: x-small;"><span style="color: #76a5af;">(e que bom este sentimento de voltar a redescobrir as nossas imagens esquecidas de <i>Public Affairs</i>!)</span></span></div>
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curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-67268722778151731602016-09-16T20:03:00.000-07:002016-09-16T20:10:27.585-07:00Um quarto de século<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgScLV3xRTuWt3bBQEIQlxuHuulZuXZn9dlkbGntM_UMCdSRocj_bWEtEyIRRqbjnsVBvjF2OUKnsIPmqBdXbUBytG_jmNIBXR3dH3w1kcKyn7_itHu1MFOnA_6JuFURsumUUdNDVWAfvA/s1600/20160917_031524_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgScLV3xRTuWt3bBQEIQlxuHuulZuXZn9dlkbGntM_UMCdSRocj_bWEtEyIRRqbjnsVBvjF2OUKnsIPmqBdXbUBytG_jmNIBXR3dH3w1kcKyn7_itHu1MFOnA_6JuFURsumUUdNDVWAfvA/s400/20160917_031524_1.jpg" width="395" /></a></div>
Meu querido, querido, querido avô...<br />
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hoje dei por mim a falar consigo sentada no degrau da entrada do meu prédio enquanto fumava o último cigarro antes de entrar e descansar. Se calhar falei sozinha, se calhar pareci louca, se calhar atirei palavras para o ar, se calhar...<br />
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Mas a verdade é que falei. Pedi-lhe.Desabafei. Chorei. Pausei. Pedi que me fizesse companhia como me fez noutras vezes.<br />
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Não sei se é por estar quase a fazer 25 anos, não sei se é por estar cansada e sem forças, não sei também se não é porque o avô dele partiu na semana passada, não sei se finalmente me dei ao luxo de me lembrar da sua cara e das últimas memórias que tenho suprimido nestes últimos seis anos com uma força incrível. É como lhe disse...se não pensar quase que parece que nunca aconteceu. Mas a verdade é que aconteceu e agora nesta altura de maior cansaço e desespero em que lhe escrevo ou falo, encaro o que tive que perder. Quem tive que perder. Quem me faz falta e quem não está cá para ficar orgulhoso ou me levar ao cinema a um domingo à tarde de nissan preto.<br />
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Se calhar foi também de ter acordado tão cedo e de estar exausta ou de ter bebido três cervejas e um vodka com seven up ou de já ter entrado a pés juntos na reminiscência de 2010 assim que Os Pontos Negros deram os primeiros acordes no concerto que fui ver hoje.<br />
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Não sei, se calhar...o que importa? Hoje pensei em si por inteiro ao fim de muitos anos. Lembrei-me da pessoa, dos vícios, do sorriso, do cérebro, da saudade. De tudo.<br />
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Vou fazer um quarto de século. E só quero ser uma pessoa com algum propósito nesta vida. Seja entre os pais, entre os manos, entre os amigos ou trabalho e projectos. Estou a esforçar-me para deixar uma marca. Estou a esforçar-me para ver tudo pelo lado positivo, para não fumar demais, para beber só o suficiente, para poupar que chegue, para aprender, para saber ouvir, para ser menos dramática. Acho que até me tenho saído bem. Mas hoje, hoje o cansaço alcançou-me. Hoje baixei os braços. Hoje disse-lhe que já chegava, que estou seca e dormente, que não fui eu que lhe tirei o avô. Ninguém teve culpa de o avô partir. É o que é. É uma merda mas não deixa de ser o que é. Por isso é que (nós) eu me agarro ao "outro lado", em senti-lo, em sonhar consigo. Tem de existir algo mais. E existe. E é precisamente por isso que dei por mim a falar consigo, meu querido, querido avô Rui, a assumir as minhas saudades violentas entre soluços e palavras, entre lágrimas e fumo de cigarro.<br />
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Eu sei que anda por aqui e sei também que nos está a ver a todos. Chamem-me maluca, chamem-me cristã ou tola. Não quero saber. Eu acredito. Assim como acredito em nós, em mim e nele juntos. Sou uma pessoa de fé e não me abalam com facilidade. Por isso, até me considero uma miúda forte. Mas hoje, hoje entreguei-me à sua memória, ao desabafo com o vazio no degrau da entrada do meu prédio.<br />
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Há noites que acabam assim e não tem mal. Sinto-me tranquila. Sinto-me feliz. Consegui finalmente exteriorizar tudo isto que silenciei durante seis anos inteiros. Mas vou fazer um quarto século e estou cansada e sinto a sua falta como se tivesse sido ontem. E ele está desorientado. Por isso, libertemos tudo e vejamos onde estamos e para onde queremos ir.<br />
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Vai tudo correr bem, eu sei. Eu acredito. Sou uma miúda de fé.<br />
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Meu querido, querido, querido avô Rui.<br />
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Nunca se esqueça: <b>As saudades são imensas mas o amor é eterno.</b>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-68629062292171568822016-07-12T17:58:00.002-07:002016-07-12T18:24:38.642-07:00 Não devia estar aqui...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifnQzeKA-OjNn1Kd-AOy-HQ8tsHfzbPi-TnueSO2gIjPzIJ7BV60iSMnqjljY2k3gv782a2yZe1fYDRbElH526AyVIRy_D7pV6AQZAcgyf5gDKlj9z4EIJM7abasvANJY_GXWKfJnPeOk/s1600/600full-sophia-loren+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifnQzeKA-OjNn1Kd-AOy-HQ8tsHfzbPi-TnueSO2gIjPzIJ7BV60iSMnqjljY2k3gv782a2yZe1fYDRbElH526AyVIRy_D7pV6AQZAcgyf5gDKlj9z4EIJM7abasvANJY_GXWKfJnPeOk/s1600/600full-sophia-loren+%25282%2529.jpg" /></a></div>
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Nem devia estar a escrever nada. Pelo menos ao fim deste tempo todo. Três anos. Três anos passados o último post, a última entrada.<br />
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Tenho trabalhos para fazer e entregar e o tempo é escasso. Não devia estar aqui, repito. Mas não consegui resistir. Não consegui não me deixar levar pela música que ouço para me tentar concentrar no trabalho, pelos acordes meio melancólicos e lembrar-me deste <i>safe space</i>. Isto era mesmo um <i>safe space</i>. Nós é que entretanto "crescemos"? Ou ficámos sem tempo? Eu confesso que me resguardei mais. Entretanto a vida também andou, para bem ou para mal, mas andou e há sempre aquela minha pontinha de superstição que me diz: "Não fales sobre isso, que dá para o torto." Então resguardei-me, em parte. E fiquei sem tempo também.<br />
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Mas hoje, nesta noite tranquila e amena, perdida entre pensamentos e preocupações já bem de adulto, de ansiedades meio voláteis, de acordes melancólicos, resolvi cá passar. Tinha medo de não me lembrar nem do email nem da password mas assim que entrei sorri. O <i>safe space</i> sempre esteve aqui. E acho honestamente que vou voltar a vir visitá-lo de vez em quando. Hoje já serviu para abrir as janelas, tirar os lençóis que cobriam a mobília e avaliar os estragos à casa. Agora, não sei quando, nem prometo, penso que gostaria de lhe limpar o chão e as janelas. Depois quem sabe voltar a dispor a mobília mais ao meu gosto e quem sabe até trazer uns quadros e umas fotografias para pendurar. Mas não façamos promessas. De nada servem. E já tenho algumas em cima, de momento.<br />
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Adorava explicar (te, lhe, vos?) o que se passa neste momento na minha vida. O que ando a fazer, o que gostava de fazer, como me sinto, com quem ando, com o que e com quem me divirto, quem me faz rir, que meias calço, que tipo de música ouço, mas acho que ainda é cedo. Apenas assumo, de caras, que o que me fez voltar aqui foi um cansaço, algo grande - mais mental que físico, alguma preocupação por notícias recentes na vida de outros que terão (já têm) impacto na minha vida (na nossa) e o medo enorme (que não posso confessar juntos de terceiros, quanto mais segundos) que tenho em enfrentar isso. Seremos capazes? Conseguiremos sobreviver? Estamos aptos? Vamos resistir? Terei forças suficientes? Será que o sentimento (que já se sente a modos que anímico em certos dias) não irá mudar?<br />
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Tudo fumo. Tudo névoa. Tudo neblina. Nada concreto. Só a vida. Só aquele café. Só aquele cigarro. Só aquela barba. Só aquelas lágrimas. Só aquele desespero e impotência. Mas também aquela força. Sinto-me cansada. Acontece tudo ao mesmo tempo. Não consigo descansar. E não é dormir. (Se bem que também não durmo assim tão bem). Não é fugir. É descansar mentalmente. Talvez um tipo de descanso aparentemente supérfluo mas tão importante.<br />
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E depois mal-entendidos. Ou bem entendidos, já não sei. Pessoas com quem foste contra e que já não te sorriem da mesma forma. Vale o que vale. Mas sempre me chateou. Desde miúda. É como um barulho de fundo. Finges que não ouves mas está lá. Tudo ao mesmo tempo. Sinto que nem sei bem onde me "sentar". Há muita coisa a acontecer.<br />
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Acho que o cansaço também não ajuda nada, honestamente. Tudo fica mais exacerbado. Tudo faz descer as lágrimas. Tudo arrepia. Tudo cansa. Quero o fácil outra vez. Quero o fácil. Quero as sestas, quero as idas à praia em pequenina, quero as longas viagens de carro, quero as minhas canetas de filtro manhosas e o meu bloco branco para desenhar compulsivamente, quero os meus pães de leite fresquinhos, quero-o pequenino no meu colo e quero-a minúscula a andar pela sala, quero o meu avô, quero a minha avó. Não quero doenças, quero saúde. Não quero sentenças, quero céu azul. Queria tanto que não tivéssemos que lidar com o que temos em mãos, além das nossas personalidades. Mas pronto. Penso: se passarmos isto, passamos mesmo tudo. Se passar isto, passo tudo.<br />
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Costumo ser muito mais positiva. E sou, na verdade. Apenas, precisava de tirar estas "peles" de cima de mim. A mochila já estava a pesar um bocado e eu tenho ciática.<br />
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E acabei por deixar aqui tudo. Soube bem, não minto. Soube tão bem. Obrigada. Tinha saudades. <br />
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<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">*Sophia Loren na imagem em cima. Não sei o seu autor.</span>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-20275769393910683242013-01-08T06:23:00.002-08:002013-01-08T06:26:48.795-08:00excertoTerça feira, dia 18 de Dezembro - Aeroporto de Lutton, Reino Unido<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQaIsd9kex0Fxsa5xIKpqlQFO6CbPP67gQtfweTTUEZNrlRONC_1n7U9kAYs6pyAS1Wm4RS9QZ7xALPdUfkNrwMWaOnH6SnaaWrDIjvRpNdzyw5rs9y0tMt6Ws0ywPTKQsTer7qv8QnOw/s1600/IMG_5638.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQaIsd9kex0Fxsa5xIKpqlQFO6CbPP67gQtfweTTUEZNrlRONC_1n7U9kAYs6pyAS1Wm4RS9QZ7xALPdUfkNrwMWaOnH6SnaaWrDIjvRpNdzyw5rs9y0tMt6Ws0ywPTKQsTer7qv8QnOw/s400/IMG_5638.JPG" width="400" /></a></div>
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<br />
"Eis que chegámos ao fim de uma viagem, da nossa viagem tão prometida e desejada. Mas não foi fácil. Estávamos desabituadas uma da outra, pelo menos num convívio diário. Sempre funcionámos bem à distância mas desta vez foram oito dias de contacto diário. A acordarmos e a deitarmos-nos juntas. A partilharmos experiências e lugares. A relembrar a essência da nossa amizade e a descobrir novas facetas desconhecidas e ainda com tempo para lidarmos com os hábitos e feitios diferentes.<br />
Foi sem dúvida um teste e verdade seja dita que os ponteiros só foram acertados já mais para o meio mas foi bem sucedido. Se não os tivéssemos acertado de todo, seria bem pior.<br />
Mas, conseguimos. Momentos de discussão e barulheira, frases certeiras e estúpidas mas também grandes momentos de pura alegria, risos e companheirismo.<br />
E agora tenho-a a dormir à minha frente reclinada num cadeirão do Starbucks enquanto eu só tento que o tempo passe para que possa chegar a casa e abraçar os meus e lidar com o futuro.<br />
<br />
(...)<br />
Sinto-me mais eu. Mais Rita novamente com ou sem futuro delineado mas acima de tudo mais tranquila. Não me sinto invencível mas um nadinha mais forte, um nadinha mais eu.<br />
Tenho os dois lados bem presentes logo só depende de mim tomar as minhas decisões.<br />
O aeroporto ganhou mais movimento e agora mais <i>trolleys</i> passeiam energicamente pelo chão e passos acelerados impedem-me de adormecer. Terá de ser em Lisboa. Por agora vejo-a apenas a dormir enquanto o tempo teima em passar tão devagar.<br />
<br />
Foi uma boa viagem."da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-57205796413718742922012-12-03T18:40:00.004-08:002012-12-03T18:40:54.937-08:00Sentada, curvada e embalada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9jDjDv_C9ypxXS3BIqSk64DdeJXd6vmrC94NWbKYK9nFjYLM89N45NmrtK5yNUrUB7Xz9iZYkvLc9FToG73v9a4-uU3LbdtF-oSDcDKeNAK0CaG4kk69031T7XOskuvXBrGlswTCN7Fw/s1600/600full-wagner-moura+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9jDjDv_C9ypxXS3BIqSk64DdeJXd6vmrC94NWbKYK9nFjYLM89N45NmrtK5yNUrUB7Xz9iZYkvLc9FToG73v9a4-uU3LbdtF-oSDcDKeNAK0CaG4kk69031T7XOskuvXBrGlswTCN7Fw/s640/600full-wagner-moura+(1).jpg" width="427" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estou exausta. De rastos mesmo. É como se estivesse sentada de joelhos no meio de um campo enorme de relva fofa e verdejante. Sim, estou num sítio feliz agora. Pelo menos mais tranquilo. Mas que não é seguro. É apenas temporário. Ainda há pequenas gotas de água presas em cada fio de relva. Gotas minúsculas e transparentes mas todas juntas conseguem reflectir a confortável luz solar. Há uma atmosfera primaveril quase retirada de um anúncio de algum perfume francês. Tons verdes, brancos, amarelos que pairam no ar juntamente com a brisa que me vai puxando os fios de cabelo encaracolados e desarrumados. Estou de vestido branco. Algodão, parece-me. Leve. E não sei porquê consigo ver-me de fora. Estou de costas. E meio encolhida a cambalear, curvada, para a frente. Embalo-me sozinha. Estou a pensar. Estou a descansar. A tentar ganhar forças. Estou no meu hiato. E estou exausta.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mesmo depois de teres tentado com todas as tuas forças levantares-te, reunires forças e ganhares alguma tranquilidade, as coisas voltaram a desabar. Sim, não foi com a mesma força. Foi em surdina, quase invisivelmente mas começaram a cair das prateleiras. As forças que nem há um mês tinha sido apanhadas do chão, limpas e colocadas nas estantes velhas naquela divisão pequena mas sólida. E agora dás por ti sem conseguir distinguir o real do falso, o genuíno da cópia. Farta de ouvir as várias frentes. Farta de tentar ser forte. Farta de tentar encaixar as forças onde elas nunca encaixaram. Farta de abdicar, tirar, cascar de cada vez um bocadinho das suas forças para que o encaixe se vá dando. O problema é que há sempre um dia em que quando as vamos buscar, por alguma razão banal, elas nem para isso já funcionam. Estão gastas, velhas. Desvalorizadas. Irreconhecíveis. E depois? Como arranjar umas novas? É tramado. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ainda mais se outras pessoas souberem onde as arrumas. Como é que estão dispostas. Como é que são etiquetadas. Depois é mais fácil que elas nos falhem. É mais fácil que quando tentemos dar um passo novo, aquele mecanismo, aquelas palavras e frases tão "sentidas" (se calhar até são) nos roubem as forças e aí caímos de joelhos. Tal como aquela menina do início do texto, no meio da relva verde.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As frase são tão fortes, tão lindas, tão cinematográficas. Prometem-nos a eternidade, misturam intensidade e recuperam memórias doces e amarelas. No entanto a facilidade como são cuspidas cá para fora em cheio para a ponta do nosso nariz também assusta. Até que ponto serão sentidas? Como é que essa pessoa tem a coragem de evocar tamanha fragilidade? A verdade é que ninguém tem o direito de mexer assim tanto com os buracos negros de cada pessoa. E essas frases são como raticida: as forças morrem ao mínimo sopro.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Então mas voltando às frases tão bonitas e lindas porque é que não cedemos logo de uma vez? Porque é que não ignoramos as forças? Aliás, porque é que não deixamos de as tentar arrumar e nos deixamos levar? Porque é muito mais fácil tentar voltar a um sítio onde já fomos felizes (por muito infelizes que, de facto, tenhamos sido) do que tentar seguir em frente. Então e porque é que sacrificamos tanta paz de espírito, lágrimas e soluços pelo "seguir em frente"?</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não faço ideia, acreditem. Neste momento tenho algumas forças guardadas. Forças que me foram muito difíceis de recuperar e não tenciono fazer nada sem pensar bem. Aliás não tenciono pensar mais muito menos sentir. Tenciono deixar-me estar. Tenciono deixar de estar curvada, desdobrar-me, esticar o corpo, deitar-me na relva e olhar para o céu. Preciso de ficar aqui ainda mais um bocado. Preciso de sentir que este lugar ainda é meu e que é palpável. Preciso de sentir que vou ficar bem, que vou ser feliz e que nunca, mas nunca, vou deixar de ser quem sou. Quero sentir que cresci e que tirei alguma coisa disto mas isso já são outros Carnavais. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E no fim, permaneço, descalça e cansada à espera. Já nada sei nem quero saber. Só sei, de facto, o que tenho na cabeça e o que tenho no coração. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Melhores dias virão. Terão de vir.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">[o excelentíssimo Wagner Moura. Porque já tínhamos saudades.]</span><br />
<br />da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-77497414206665513442012-11-04T19:47:00.006-08:002012-11-04T19:51:38.181-08:00Saudades<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizF2sWpvehF_XlELeNwupSvrb_CI7VvGUhZTfeH9VS4smRKrdmPYXub0kmjlla-E0JQCHTa-L5h8IXiiP8XwjL_-v9joWjdetI0Eh9q9TkZ1RG8DtL8y1JiIUU0L009rXK9i45Rl_hMuU/s1600/richard+avendon,+tilda+swinton.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizF2sWpvehF_XlELeNwupSvrb_CI7VvGUhZTfeH9VS4smRKrdmPYXub0kmjlla-E0JQCHTa-L5h8IXiiP8XwjL_-v9joWjdetI0Eh9q9TkZ1RG8DtL8y1JiIUU0L009rXK9i45Rl_hMuU/s1600/richard+avendon,+tilda+swinton.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizF2sWpvehF_XlELeNwupSvrb_CI7VvGUhZTfeH9VS4smRKrdmPYXub0kmjlla-E0JQCHTa-L5h8IXiiP8XwjL_-v9joWjdetI0Eh9q9TkZ1RG8DtL8y1JiIUU0L009rXK9i45Rl_hMuU/s400/richard+avendon,+tilda+swinton.png" width="396" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizF2sWpvehF_XlELeNwupSvrb_CI7VvGUhZTfeH9VS4smRKrdmPYXub0kmjlla-E0JQCHTa-L5h8IXiiP8XwjL_-v9joWjdetI0Eh9q9TkZ1RG8DtL8y1JiIUU0L009rXK9i45Rl_hMuU/s1600/richard+avendon,+tilda+swinton.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #999999;"><br /></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-size: x-small;">Tilda Swinton por Richard Avendon.</span>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-21214642392163521172012-10-16T07:56:00.002-07:002012-10-16T07:58:24.747-07:0021.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7Ny5cG4bRWsZKCtDndI-uJTHcZomZMNnw00rMUSIG5uRqIRREjEwrX4EbEMd6rZbcMpHEOeMf3LRmvJAcqjpL9lFaXoS6UGhB3G_ge2L_as6zKLLb7pgM7QwNNhvn2-_udc5h4zliD2I/s1600/martin+schoeller+27.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7Ny5cG4bRWsZKCtDndI-uJTHcZomZMNnw00rMUSIG5uRqIRREjEwrX4EbEMd6rZbcMpHEOeMf3LRmvJAcqjpL9lFaXoS6UGhB3G_ge2L_as6zKLLb7pgM7QwNNhvn2-_udc5h4zliD2I/s400/martin+schoeller+27.png" width="400" /></a></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #45818e;">Perdoa-me as pequenas alterações de conteúdo, mas hoje dei por mim a escrever este texto e achei que se enquadrava na crónicas pelas mesmas palavras praticamente. E sim, ri-me com a tua mensagem de há uma semana atrás sem saber bem como te responder a preceito, porém acho que isto pode servir como as actuais considerações do poeta. </span><br />
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Os 21 vieram e os 21 foram, porém só me dei conta disso tarde de mais.<br />
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Em vez de ser antecipada, temida, planeada ou simplesmente evitada, esta data aproximou-se suavemente e depois voltou-se a ir embora como mal tivesse deixado um rasto mais profundo. O que pode parecer algo estranho de se dizer, ingrato até, quando o fim de semana fugiu por completo da rotina quotidiana: os meus pais e a minha irmã vieram-me visitar a Nottingham, matámos saudades, mostrei-lhes a cidade e explorámos os arredores. Comi talvez o melhor ravioli que alguma vez experimentei (um misto de molho suave de avelãs acompanhado de bom vinho que tanta saudade me tem deixado), fomos presenteados com um céu limpo que concedia uma nitidez notável a cada impressão, visitámos ruas mimosas, pubs históricos, catedrais luminosas e a imponência de algumas casas aristocráticas britânicas. Babei-me com a minha nova máquina linda (uma canon 600D de fetiche, quase) e encontrei o livro que procurava à meses, uma bíblia da inspiração visual no design editorial.<br />
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No entanto não deixou de ser um encontro caseiro, talvez na medida em que estas pessoas são de facto a minha casa num certo sentido ou pelo menos têm-no sido sempre até agora, e por pouco a data passava-me ao lado. Não é que não me lembrasse dos meus anos, do dia, até da semana. Simplesmente dava por mim a esquecer-me de sentir que era o meu aniversário sem ser por nada exterior a mim. Admiro profundamente a preocupação e esforço da minha família em vir cá apenas para celebrar esta data comigo e até fiquei admirada com a quantidade de pessoas que se lembrou de me dar os mais singelos parabéns, contem eles o que contarem na era do facebook. Mas foi apenas esta serenidade quente que senti e logo passou com a mesma leveza. Talvez seja normal. Ou talvez ainda, acaba de me ocorrer, seja assim que é suposto ser nos anos seguintes, os pós 21 (pelo menos até entrar nos ressentimentos dos 40)<br />
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É estranho porque é algo completamente diferente, mas ao mesmo tempo surge como a coisa mais natural. Nas próximas duas décadas provavelmente nós ou a maior parte das pessoas que conhecemos estarão instaladas nos seus empregos (mais ou menos confortáveis consoante as expectativas e o trabalho), iremos receber convites de casamentos e começar-se-á a falar em crianças. Porém não digo isto como qualquer forma de consideração temerária, no modo ressequido de um velho do Restelo. Mudanças importantíssimas acontecem neste preciso momento com esta minha primeira estadia independente no estrangeiro, todos os nossos projectos pessoais em mente, o limiar da faculdade à porta de entrada (e no teu caso, amiga cronista, a realidade bem táctil que se segue depois disso), bem como as nossas relações e toda a mudança, estabilidade, tensões ou conforto que vem com elas. Talvez esteja por isso demasiado ocupada com o que está a acontecer agora para ter qualquer juízo sobre um número que é apenas abstracto.<br />
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Julgo que é apenas o simbolismo. É o twenty something de um Jamie Cullum em pleno secundário e sentir que isso parecia profundamente distante, materializando apenas a ideia que qualquer jovem adolescente tem dos “vinte anos e qualquer coisa". É que uma coisa é vinte - mas o <i>something</i>, o “qualquer coisa” é diferente, não se define. No ano passado fui levada a participar nesta grande festa conjunta e dei por mim com a nítida sensação de que estava no rescaldo de algo diferente: era o pós interrail e o princípio do meu namoro com o tomás, o início do terceiro ano de faculdade e de repente estava a ajudar a organizar o tipo de evento massivo (aos quais costumo fugir) que reunia quase todas as minhas esferas de grandes amigos a conhecidos.<br />
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Agora a mudança continua mas de forma indelével. Não me atrevo a dizer que é uma questão de maturidade, mas pode ser que seja algo próximo.</div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-size: x-small;">Sarah Silverman por Martin Schoeller.</span></div>
curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-2097146499964945372012-09-29T08:13:00.000-07:002012-09-29T11:36:44.346-07:00Carta Aberta #01<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizQNvRjnGeFKRonGg6EGfbB0i33iMwPk_6ht-7HZfdoCGg8_kBc12ksvqLqH_tv0WOKRbKnidr4OJiYfBpKp9dFugodPC4dKj4gopMn5b-6eDIPk2KuHdfTyxEbfQvmJbHBU39mp7k_iY/s1600/400907_10151147227492022_1778862684_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizQNvRjnGeFKRonGg6EGfbB0i33iMwPk_6ht-7HZfdoCGg8_kBc12ksvqLqH_tv0WOKRbKnidr4OJiYfBpKp9dFugodPC4dKj4gopMn5b-6eDIPk2KuHdfTyxEbfQvmJbHBU39mp7k_iY/s400/400907_10151147227492022_1778862684_n.jpg" width="400" /></a></div>
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Meu caro Ega, aqui nos encontramos outra vez.<br />
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Talvez seja estranho que eu, ao fim de tanto tempo a escrever neste blog para partilhar as pequenas banalidades do nosso quotidiano (quando os cafés e serões ocasionais não chegavam), finalmente empregue os formalismos de uma carta aberta. Abri pois com o vocativo, já que não me pareceu necessário meter os meus dados pessoais e morada por cima, e segue-se agora aquilo que é tradicionalmente a introdução, a apresentação geral do tema a que me proponho. Desculpa-me o tratamento mas realmente és e serás sempre o meu João da Ega, ou o meu Carlos da Maia, já que na verdade nunca percebi exactamente qual de nós as duas era o quê - mas somos certamente esta dupla, da mesma maneira que somos Fry and Laurie, Paul and John e os Monty Phyton todos em amálgama. De novo, peço-te desculpa, não consegui evitar que os exemplos acima acabassem todos por ser britânicos de gema, na admiração estranha mas infinita que tenho por esse povo. Ou então sou um génio, pois repara como comecei por evocar o Maias que são o mais português em nós por natureza e acabar com o melhor do reino de sua majestade, transpondo assim um paralelismo pseudo intelectual sobre a minha partida de Lisboa e estadia aqui em Nottingham. Ou então sou simplesmente idiota.</div>
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Escrevo-te assim aqui em jeito de carta por várias razões: em primeiro como resposta à mensagem que me mandaste depois da cirurgia (seu Camões zarolho), mas também porque desde que cheguei que te quero escrever uma carta propriamente dita sem o falso hight-tech, “erasmus com ela”, do skype. Caí assim neste limbo que é escrever para o nosso blog empoeirado, ainda sem a aproximação mais táctil da carta (que virá, só não sei é bem quando) mas mais ponderado e pessoal que todas as redes sociais. Eu cá não acho que este blog seja uma rede social; se tanto, será talvez uma rede <i>antisocial</i>, e com orgulho atrevo-me a dizer porque pelo menos sei que a mensagem chega aonde quero que chegue e tudo o resto é livre de se juntar, mas só se entrarem na sala sem fazer barulho. Repara também como já lixei o formalismo da carta pois não consegui ser sucinta ao apresentar o propósito da minha escrita no primeiro parágrafo e agora ando por aqui às voltas como é meu costume. Mas ao menos assim saberás que sou eu quem te escreve e não outro impostor, digamos, com aparência igualmente agradável e cabelo subversivamente encaracolado. Além de que me encontro neste momento num café no centro da cidade e de vista para a rua, exibindo orgulhosa mas discretamente as minhas botas de Robin Hood e o mac fielmente ao meu lado para que pensem o quão intelectual sou e se perguntem que coisas fabulosas estarei eu a escrever neste momento. Escrevo para ti minha cara e, a bem dizer, acho que ninguém se rala particularmente com isso já que o resto das pessoas nestes café são intelectuais e fabulosas só por si. </div>
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Fico contente por estares bem depois da cirurgia, se bem que não consigo imaginar o que possa ter sido no momento e em particular na vulnerabilidade em que estavas, ou como terás lidado com a frieza de quem te tratou. Estou mais descansada por o Ricardo ter ficado ao teu lado e feliz por tudo o resto já ter passado. Não tenho nada que rivalize com essa experiência excepto talvez aquele episódio que provavelmente já te contei, quando a minha irmã de 3 ou 4 anos me arranhou o olho na brincadeira e por isso tive também de andar com uma pala no segundo ano. Eu sei que não se compara mas assim temos mais algo em comum ou, por pelo menos poderemos dizer que já pertencemos a esse clube exclusivo de pessoas que usaram palas e sobreviveram para contar a história, por mais ridícula que fosse.</div>
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Por enquanto estou bem, não vale a pena fazer a descrição extensiva de todos os dias que já passei por cá até porque já falámos desde então. Há coisas pequenas que fazem a diferença e por vezes podem ser tão simples como o sol (raro) que entra caloroso e radiante na minha janela por vezes, como foi hoje o caso. A casa faz-me realmente sentir-me em casa, bem como o quarto (que é porventura até mais importante), já me oriento bem na cidade sem ter a sensação de que esta é demasiado pequena ou claustrofóbica e a universidade tem realmente outro dinamismo - dei por mim inclusivamente a inscrever-me no grupo de drama e de caminhadas. Estou desejosa de começar e esta deve ser das poucas vezes em que anseio pela próxima segunda. Nottingham não tem certamente o charme de outras capitais europeias mas sinto-me bastante bem por cá, desde que me mantenha afastada das grandes festas “griego salto” com filas ordenadas de raparigas vestidas de minnie e quase roupa interior em plenos 9ºgraus à noite. À parte isso vou descobrindo sítios bem simpáticos e pessoas também curiosas e amistosas no geral, mas no meu lento ritmo. Acho que vou bem mas sinto obviamente a falta de muita coisa e muita gente sendo tu obviamente uma peça importante na minha saúde mental.</div>
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Espero que as coisas por aí estejam a ir bem e que comeces a levar os teus projectos para a frente, com ou sem Londres ao virar da esquina, porque esse tipo de entusiasmo ninguém te tira.. Aproveita também a nossa querida Lisboa que cada vez mais me convenço que é realmente a minha cidade favorita. Até lá manhosa, grande beijinho.</div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #45818e; font-size: x-small;">m. ou curlis ou carlos da maia (sim eu posso ser o carlos da maia, esse incestuoso) </span></div>
curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-6315732671028248752012-07-05T08:36:00.004-07:002012-07-05T09:00:47.636-07:00our time will come<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4z6VqwecMQGZKPrSptjelscUtQro0qGGtX1oi2Iz4-75lxULQSc2lWCFgR6JmPxqkVzhZPbDFtyht-vOEnqkhAAVEl7x6J2i3h4YDjkwyHNP0HxcgP2izYEjTKNsfosfaR1KpSerTjkg/s1600/bardot+no+set+de+a+very+private+affair.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4z6VqwecMQGZKPrSptjelscUtQro0qGGtX1oi2Iz4-75lxULQSc2lWCFgR6JmPxqkVzhZPbDFtyht-vOEnqkhAAVEl7x6J2i3h4YDjkwyHNP0HxcgP2izYEjTKNsfosfaR1KpSerTjkg/s1600/bardot+no+set+de+a+very+private+affair.jpg" /></a></div>
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<span style="background-color: white; color: orange;">Andamos tão desaparecidas que até mete confusão, né? Não se preocupem que aqui ninguém morreu. Antes pelo contrário. Andamos demasiadamente vivas a despachar exames, a finalizar trabalhos pendentes e a trabalhar mesmo enquanto a maioria do comum dos mortais anda a banhar-se na água fresca do oceano e a ganhar cor com este solinho bom. Enfim,</span><span style="background-color: white; color: orange;"> </span><i style="background-color: white; color: orange;">our time will come...i hope.</i><br />
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<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;"><br /></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;">Entretanto deixa-vos aqui uma imagemzinha boa daquilo que adorava estar a fazer com classe e boa disposição apesar de andar bem disposta. Porque apesar de não andar na praia a apanhar sol, tenho os finais de tarde e os cafés e conversas perdidas e beijinhos e viagens de autocarro com banda sonora e isso já é fantástico. Ah e a gratificação e satisfação pessoal. Isso também ajuda.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;"><br /></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;"><br /></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;"><br /></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: orange;"><br /></span></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: white;"><span style="color: orange;">[miss Brigit Bardot no set do filme "A Very Private A</span></span><span style="color: orange;">ffair"]</span></span><br />da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-49902293459323855072012-06-18T17:23:00.001-07:002012-06-18T17:57:07.156-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0a1bcqBMkRplMrhiBjqEACFgcgaSEkZP3ENkRBSSsdWtsOUpxiTeHy_AyBccy0mUuZq6hUyVAX_Lq29tz__hGD3i5dXAUVLrws6667On6zieU7hUztlm0yOwra6FrnrMsfpvTgReVc6M/s1600/img-garfield-2_111946291615.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0a1bcqBMkRplMrhiBjqEACFgcgaSEkZP3ENkRBSSsdWtsOUpxiTeHy_AyBccy0mUuZq6hUyVAX_Lq29tz__hGD3i5dXAUVLrws6667On6zieU7hUztlm0yOwra6FrnrMsfpvTgReVc6M/s640/img-garfield-2_111946291615.jpg" width="478" /></a></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;">falta-me a textura ou as palavras para o que estou a pensar agora mas é algo nesta linha. </span><span class="Apple-style-span" style="color: #d5a6bd; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;">bom resto de noite.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;"><br /></span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-57852157348044155242012-06-11T18:05:00.002-07:002012-06-11T18:08:37.109-07:00A espiritualidade de um bom pão quente<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDbxk5ZbdeFrDbzaqisdews9JTxgsWDszSLd6nha6QC5iNimIdztPDnxPyI9vYzj4CV3RttqzjGjMkIWbg_qRguJ_PcWun2M-m1vnzysBvEYEszngXm71Xz_9ucwjR5xD2qw-JRa1W1Cw/s1600/audrey-hepburn-20061009-167758.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDbxk5ZbdeFrDbzaqisdews9JTxgsWDszSLd6nha6QC5iNimIdztPDnxPyI9vYzj4CV3RttqzjGjMkIWbg_qRguJ_PcWun2M-m1vnzysBvEYEszngXm71Xz_9ucwjR5xD2qw-JRa1W1Cw/s400/audrey-hepburn-20061009-167758.jpg" width="400" /></a></div>
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Não sei exactamente porque vos escrevo agora, provavelmente para me distrair do exame de gestão que tenho amanhã e para o qual mal estudei. Na verdade sei, <span class="Apple-style-span" style="color: #f9cb9c;">e o motivo é uma torrada quente com manteiga</span>. Tão simples quanto isto, mas por ser simples não significa que não seja bom e até agora não vejo ninguém a fazer elogios e declarações de amor às torradas - sinto-me pois nesse breve dever.<br />
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O que é curioso é que o pão tem em nós uma mística que não conseguimos explicar. Para além de ser um alimento basilar na confecção de tantos pratos, é também algo que nos provoca e basta por si quando realmente bem feito. Não há cheiro como o de fornadas quentes em plena madrugada quando tudo o resto parece sombrio mas pouco sóbrio, não há sensação de familiaridade como a torrada simples que remete sempre para alguma nostalgia. Confesso-vos que em pleno serão nocturno de estudo esta prática raramente me passa pela cabeça, pois sou a amante mal amada das barras de chocolate quando o stress aperta, mas talvez seja precisamente por isso. É algo que tanto podemos comer à pressa e de forma desenchabida em plena rotina ou então é um reencontro estranho mas envolvente, lento a processar quando o ritmo exige outra coisa. Nesse aspecto julgo que não é diferente da relação que tive com a redescoberta do chocolate quente no inverno, ou com as colheradas silenciosas de mel no fim do verão passado. <span class="Apple-style-span" style="color: #e06666;">É o culto das pequenas coisas: vive por si e depois passa, mas por vezes é preciso termos precisamente isso para mantermos a sanidade.</span><br />
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Tenho exame amanhã mas estudei mal e porcamente, a trapos de miséria autênticos, e nem me consigo preocupar demasiado com isso para ser sincera. Quero aproveitar o sol de tarde só pela simples ideia de passear algures pela linha (que nestes dias de verão parece ganhar outra dimensão no meu imaginário) e talvez arejar com os santos populares à noite. Apesar das prioridade, aproveitemos o que há de bom pelo meio.<br />
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<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: x-small;">não sei o que me basta acrescentar sobre esta imagem (até porque a minha querida amiga kitch é que sempre dominou as subtilezas da hepburn) mas para mim é quase uma fotografia de cara e lençóis lavados, e da beleza das coisas simples nas entrelinhas.</span>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-86434894863992967232012-06-09T05:05:00.002-07:002012-06-09T05:05:34.105-07:00hoje vemos o jogo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSBK4z0vWS7_Ypx65UcubhLJ-E5ArY82OwpSbRlxVga3XoOCO7-5PffPesdTUrKLimW9CpWvfl6vO4U4YR6cTWP_5EdXVNJdy0SjYAa3PyC2rQ5IdZYxHKrxpKCKcT56nyrfPKnl6Bzzw/s1600/dia+de+jogo.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSBK4z0vWS7_Ypx65UcubhLJ-E5ArY82OwpSbRlxVga3XoOCO7-5PffPesdTUrKLimW9CpWvfl6vO4U4YR6cTWP_5EdXVNJdy0SjYAa3PyC2rQ5IdZYxHKrxpKCKcT56nyrfPKnl6Bzzw/s1600/dia+de+jogo.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSBK4z0vWS7_Ypx65UcubhLJ-E5ArY82OwpSbRlxVga3XoOCO7-5PffPesdTUrKLimW9CpWvfl6vO4U4YR6cTWP_5EdXVNJdy0SjYAa3PyC2rQ5IdZYxHKrxpKCKcT56nyrfPKnl6Bzzw/s400/dia+de+jogo.png" width="400" /></a></div>
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..e eis uma equipa que não me importava nada de ver.</div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: x-small;">senhor edward norton e james mcavoy na imagem.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-31384253733824033022012-06-06T18:15:00.001-07:002012-06-06T18:18:05.717-07:00fuck it. enough of being pretty.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOAerNOoCVsMO9TFf-KJ1u52jwi4-G1a302UnhVXbVdtzFj6ANhPXUPZP87WYewgj0XioNF6RWutZu0x3YoGCK3bPaZwKJpkJXibksB1qc_slub8nvrEnrSHp3GBg3J9HtK14oNg8d5t4/s1600/600full-johnny-depp4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOAerNOoCVsMO9TFf-KJ1u52jwi4-G1a302UnhVXbVdtzFj6ANhPXUPZP87WYewgj0XioNF6RWutZu0x3YoGCK3bPaZwKJpkJXibksB1qc_slub8nvrEnrSHp3GBg3J9HtK14oNg8d5t4/s400/600full-johnny-depp4.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Entrar ou não entrar em espaço alheio/íntimo. É aí que reside a verdadeira arte da socialização num mundo como o nosso. Passei cerca de três dias a pesquisar sobre a vida de alguém que me foi muito querido para um trabalho. Tive que esmiuçar cada aspecto da sua vida, cada acontecimento, cada dor, cada gargalhada, cada pessoa que entrou e cada pessoa que saiu e no fim, consegui trazê-lo de volta, pelo menos o seu espírito, com a minha escrita. Mas nunca, nunca, nunca entrei na sua intimidade. Nem com o vasculhar em fotos, documentos, correspondência, relatos de familiares e de conhecidos entrei na sua intimidade. E consegui, no entanto, traçar um perfil e biografia fiel, ou pelo menos uma tentativa de. E estou orgulhosa por isso e disso. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No entanto, hoje, entraram na minha intimidade da forma mais bruta, azeda e feia que se pode entrar. Não fiquei propriamente ofendida mas fiquei chateada por ao fim de tanto tempo, tal tratamento e troca de palavras ter acontecido. Não era suposto. E apesar da terceira pessoa que estava envolvida ter reagido correctamente e ter advertido a primeira, não ligou muito mais a isso. Está tudo bem, outra vez. Nada se passou. Vamos todos ser amigos. E no entanto aquela conversa, aquela utilização do termo "marido" não me sai da cabeça. Não por estar traumatizada mas por ter me apercebido da verdadeira pessoa que se trata e do verdadeiro peso e importância que tem na vida da terceira, que é com quem partilho parte da minha alma. Estou preocupada.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estou moída. Estou desiludida. Estou irritada. Estou triste e cansada. E estou a ser demasiadamente directa.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">fuck it. enough of being pretty.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">*</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;">[o grande Johnny Depp in da pic]</span>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-19018845810758622312012-06-02T16:32:00.001-07:002012-06-03T04:15:21.016-07:00houston..<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1GQ94JJhSnTtxRDFi2OwWrRxQQV56HvU5XHiFFYrggvSAABY3NM033BfTczKKC_gwM0hYR9UoqxJCC4S_F-dVNcFNRqQL7ytdnhVbpbUOj9AOXizxOUIaH1AQRUgvrTlpdwY5mrDH9A/s1600/tumblr_m095vomnCT1qb0snwo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1GQ94JJhSnTtxRDFi2OwWrRxQQV56HvU5XHiFFYrggvSAABY3NM033BfTczKKC_gwM0hYR9UoqxJCC4S_F-dVNcFNRqQL7ytdnhVbpbUOj9AOXizxOUIaH1AQRUgvrTlpdwY5mrDH9A/s1600/tumblr_m095vomnCT1qb0snwo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1GQ94JJhSnTtxRDFi2OwWrRxQQV56HvU5XHiFFYrggvSAABY3NM033BfTczKKC_gwM0hYR9UoqxJCC4S_F-dVNcFNRqQL7ytdnhVbpbUOj9AOXizxOUIaH1AQRUgvrTlpdwY5mrDH9A/s400/tumblr_m095vomnCT1qb0snwo1_500.jpg" width="400" /></a></div>
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we might have already a problem (but can we deal with it with good company, meanwhile?)<br />
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<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: x-small;">hugh laurie e stephen fry, convidados especiais continuando o legado de actores britânicos que tenho vindo a publicar neste últimos dias - com muito gosto.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-89110192335839168522012-05-31T09:31:00.000-07:002012-05-31T09:33:08.838-07:00these days<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ7cfCkau-FiNVvqbbnm8prdRrlOATE5fenodN41lZ8FzIT9lwGNWb3AbDBE-iggE6wemE2D69-TTXADa4d4S6ouc9gwTjRbNePqvzHmfmJdppI8CqeQQYb4qFfIPQhp-1plLzkc-40eU/s1600/tumblr_lu7zljALyq1qewrcwo1_500.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ7cfCkau-FiNVvqbbnm8prdRrlOATE5fenodN41lZ8FzIT9lwGNWb3AbDBE-iggE6wemE2D69-TTXADa4d4S6ouc9gwTjRbNePqvzHmfmJdppI8CqeQQYb4qFfIPQhp-1plLzkc-40eU/s1600/tumblr_lu7zljALyq1qewrcwo1_500.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ7cfCkau-FiNVvqbbnm8prdRrlOATE5fenodN41lZ8FzIT9lwGNWb3AbDBE-iggE6wemE2D69-TTXADa4d4S6ouc9gwTjRbNePqvzHmfmJdppI8CqeQQYb4qFfIPQhp-1plLzkc-40eU/s640/tumblr_lu7zljALyq1qewrcwo1_500.png" width="473" /></a></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #45818e;">.. e nas semanas que se avizinham</span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: x-small;">Tom Hiddlestone na imagem, rapaz que me tem andado a intrigar.</span>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-17942281595516822892012-05-27T18:01:00.001-07:002012-05-27T18:05:35.603-07:00já agora..<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpQ4LLtfTvvIi5Sx4AxPenWBDVWvEd9bVw7QKAqBGfwFW55LuqNsvfIcGNlfIRCaIggSCB8DgOAAA809VTwUHpbuRUoSzln78aJWbzY6ofL9qIMViLWUN2D9coH3dOIOROGOQlDsmXNSA/s1600/martin+schoeller+12.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpQ4LLtfTvvIi5Sx4AxPenWBDVWvEd9bVw7QKAqBGfwFW55LuqNsvfIcGNlfIRCaIggSCB8DgOAAA809VTwUHpbuRUoSzln78aJWbzY6ofL9qIMViLWUN2D9coH3dOIOROGOQlDsmXNSA/s400/martin+schoeller+12.png" width="331" /></a></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #ffe599;">acham que devíamos dar a este blog uma nova cara, ao fim de três anos? </span>não sei, estou apenas a pensar alto já que adio sempre estas coisas.</div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-size: x-small;">Eddie Izzard fotografado por Martin Schoeller - sem dúvida continua a ser um dos meus comediantes favoritos e, aproveitando a expressão, que senhor.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-43659160622148493262012-05-27T17:32:00.001-07:002012-05-27T17:53:45.398-07:00A não linearidade.<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjg5i06Eep_ZqZ2OnVZPqSv_Ou0GaMBmIzmaMhfXdxdfk4z4mQsrZZUOYcOgLt2Rir0sGiFpZwzTPUbAnohOOliwk7XTXGyTJfW9TmqBthjd-Hsq3wfSKt5EttaSxL9pdXrxCc79mVIDM/s1600/beautiful+scarlett.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjg5i06Eep_ZqZ2OnVZPqSv_Ou0GaMBmIzmaMhfXdxdfk4z4mQsrZZUOYcOgLt2Rir0sGiFpZwzTPUbAnohOOliwk7XTXGyTJfW9TmqBthjd-Hsq3wfSKt5EttaSxL9pdXrxCc79mVIDM/s1600/beautiful+scarlett.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjg5i06Eep_ZqZ2OnVZPqSv_Ou0GaMBmIzmaMhfXdxdfk4z4mQsrZZUOYcOgLt2Rir0sGiFpZwzTPUbAnohOOliwk7XTXGyTJfW9TmqBthjd-Hsq3wfSKt5EttaSxL9pdXrxCc79mVIDM/s1600/beautiful+scarlett.png" /></a></div>
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Pois é, há o trabalho das últimas semanas como sempre e falta-me honestidade para dizer que está tudo sob controlo. Não está, serão muitos serões de queimar a pestana e este será um deles. <span class="Apple-style-span" style="color: #e06666;">É sempre o caos de última hora, mas é também um caos acompanhado do brisa de verão e da perspectiva do que vem a seguir.</span><br />
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Delinea-se um plano geral, ainda que vago para a férias, na promessa tentadora de tudo o que podemos fazer depois da purga das avaliações. Sonhamos um bocado aqui e ali, outras coisas tornam-se mais concretas, e outras ainda já me causam um formigueiro na superfície da pele só de as antecipar. Claro que a minha eventual ida para Nottingham em Erasmus se afixa nesse último capítulo, e digo “eventual” porque depois dos inúmeros contactos (muitos sem resposta) e diligências formais lá fiz e mandei as minhas coisas atempadamente - mas ainda não tive “a” confirmação final que só sai depois de dia 30 (esperemos). Portfolio revisto, refeito e reimpresso, formulários preenchidos e a carta de motivação, coitada, lá foi ainda um pouco murcha mas melhor do que no primeiro rascunho. Duas tardes inteiras para conceber uma folha A4 é algo estranho e mentalmente frustrante, no mínimo, porém o meu problema era de facto uma súbita falta de fé naquilo que iria dizer. Afinal como escrever uma carta de motivação com motivação incerta sobre que estou a fazer?<br />
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Mas a questão é esta. Não há apenas uma resposta para as coisas, nem uma linearidade absoluta no que fazemos. É verdade que eu não sou uma pessoa de princípios e aspirações “milimétricas” e a ideia de um certo desconhecimento de causa continua a assustar-me. Todavia cada vez me apercebo mais que <span class="Apple-style-span" style="color: #b4a7d6;">não há vergonha ou miséria em seguir um caminho ligeiramente diferente daquele que originalmente delimitamos para nós desde que tenha um rumo</span>, como me diz o Tomás com razão. E honestidade. Acho que nem me tinha apercebido da importância dessa afirmação e das implicações finais que esta acarreta.<br />
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Há um ano e pouco escrevi precisamente sobre a minha tentativa falhada de ingressar em Erasmus. Mas o post NÃO era sobre o Erasmus, senão em plano de fundo, e nunca o pretendeu ser apesar de se poder ler como um capricho em função disso. O que esteve em causa, isso sim, foi a forma como as nossas acções viciadas (no meu caso, a propensão para me sabotar adiando compromissos compulsivamente) podem ter um impacto muito concreto na estratégia desenhamos, e como pequenas coisas podem afectar brutalmente um plano maior. Estava também em causa o facto de achar que tinha perdido uma oportunidade que era daquele preciso momento e que poria em cheque uma série de outras opções em cadeia.<br />
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A verdade é que pôs, e mudou muito mais do que poderia supor daí para a frente. Lembro-me do serão tardio no Starbucks de Belém em que fui ter com a minha querida amiga cronista e ela, das várias palavras certeiras, disse-me “se calhar isto não estava destinado”. Voltei a desfazer-me em lágrimas de ansiedade e frustração - de facto, já tinha ouvido esse mantra de várias formas ao longo dos anos e cada vez ficava mais céptica. Continuo sempre de pé atrás em relação à noção de destino já que pode ser a premissa para desvalorizar a responsabilidade das nossas acções. Mas a verdade é que, porque não fui fazer Erasmus nesse ano, aceitei a viagem de interrail no Verão que tanto prezei; foi por isso que logo depois comecei a namorar com alguém que me continua a surpreender e apaixonar, ao longo destes “otto&mezzo”; foi por isso que tive um dos anos mais difíceis mas igualmente mais interessantes no meu curso - que agora não dispenso. O meu professor introduziu o semestre com “<span class="Apple-style-span" style="color: #f9cb9c;">provavelmente muitos de vocês não vão estar a fazer isto, vão seguir outros caminhos, especializar-se noutras coisas - mas o importante é que vocês compreendam durante este ano o que querem ou não fazer</span>”. E o que poderia ser aterrador tornou-se para mim libertador.<br />
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Não sei se há uma ordem maior por trás das coisas que fazemos. Não quero com isto desculpar os meus erros sem aprender com eles, porém, há muito trabalho e para além disso há outra coisa que ninguém gosta de admitir - <i>sorte</i>. Só quero dar a entender que estamos minados de falsos becos sem saída, que há outra forma de fazer as coisas. Desde que nos mantenhamos honestos talvez nos consigamos orientar.<br />
<br />curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-16888622966735461722012-05-14T19:00:00.001-07:002012-12-03T18:57:13.251-08:00aquela estação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoTW5Z3ccf0caTG-EfTdI2RYRsBUorptJGHYvIaV_A4UjDrFRlbcdv-pxWpPP9CgzNvxboBU6tSDkw6XCL5F-pCctkBFdfOxk1tDCmJtxKVabdHuuweOqejZmX0vBEmWy7_KL6GMI5Yto/s1600/normal_Bernardo_Sassetti.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoTW5Z3ccf0caTG-EfTdI2RYRsBUorptJGHYvIaV_A4UjDrFRlbcdv-pxWpPP9CgzNvxboBU6tSDkw6XCL5F-pCctkBFdfOxk1tDCmJtxKVabdHuuweOqejZmX0vBEmWy7_KL6GMI5Yto/s400/normal_Bernardo_Sassetti.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Porque já estava mais do que na altura. Porque passou demasiado tempo e as palavras depois fogem sem avisar. Todos os dias penso em frases para pôr aqui, para vos mostrar mas acabo sempre por deixá-las fugir antes que o dia acabe e o cansaço leve o melhor de mim.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assim como a tristeza tem levado o melhor, ou pelos menos quase, das pessoas. Assim como a ansiedade, a depressão, a angústia, o silêncio, todas estas palavras más têm parecido tentar levar o melhor de nós. Eu própria me incluo neste grupo. Nada de vergonhas, só verdades. Mas a tristeza parece ser a pior. Porque além de não nos apercebermos quando e como ela chega, é a que afecta mais gente. É a manhosa que se mascara de nostalgia e de saudade. É uma meretriz, uma puta mesmo. Cada vez que me sinto mais ansiosa, com menos sono em cima, com mais datas e prazos para cumprir, com desentendimentos e desencontros, com menos tempo para fazer o que gosto, para respirar começo logo a ressentir-me. É terrível como aí o cérebro corre a uma velocidade espantosa para os pensamentos mais tristes, mais sombrios, mais angustiantes. Aí ele é estupidamente eficiente. Por muito que nos tentemos ocupar mentalmente ou fazer um esforço monumental para trabalhar mais, parece que permanecemos ali, naquela estação de cimento, fria e mal iluminada num final de tarde bucólico. E nenhum comboio passa. E nós ali permanecemos. E só uma voz já treinada, um discurso já familiar me resgata daquele sítio feio. Só as suas palavras me puxam de volta às cores e ao barulho da rua. E cá estou eu agora. Acabadinha de levar um <i>reset</i>, como lhe gosto de chamar. Seja auto-imposto ou feito por terceiros. Às vezes é preciso, é vital. E sim, devemos fazê-lo aos outros assim como os outros nos devem fazer a nós. Tem que ser. Temos que ser uns para os outros. Tento não estar muito tempo naquela estação à espera do comboio e geralmente não estou, mas sempre que lá fico, penso e penso e penso, e no final quando estou cá em cima outra vez no meio da multidão, tento correr o maior número de quilómetros possíveis que me afastem daquele lugar. Se irei voltar para lá outra vez? Quase de certeza. Todos nós voltamos lá, seja por uma noite, por umas horas ou por uns dias. Todos nós já lá estivemos, já vimos o sítio e cheiramos o ferodo das linhas por usar. Basta uma pontinha de saudade, uma separação, uma perda, uma ausência, uma falha, um mau resultado, um choque ou uma má notícia como a que recebemos na semana passada. Tudo isto são razões mais do que legítimas para que a tristeza chegue e para que desçamos ao andar subterrâneo da estação.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Agora, o que vos deixo neste post, além da ideia de que deve ter sido o mais sombrio até à data, é que ir parar à tal estação é muito fácil, qualquer um consegue, agora sair dela é que é mais difícil. É aí que reside a arte e é aí que entrar o <i>reset </i>que só funciona com boas e importantes pessoas à nossa volta. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Porque no fim de contas, a vida é curta demais para passarmos um minuto que seja naquela estação. E que a enorme perda cultural, humana, social, o que lhe quiserem chamar, que aconteceu há dias, o confirme.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Bernando Sassetti (1970 - 2012) cuja a sua existência gerou magníficas obras que me ajudam a gerar este texto.</span>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-72732009727700861862012-05-09T12:32:00.001-07:002012-05-16T03:42:02.484-07:00Smells Like Sweet Summer<div style="text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUKRaIrivWJm9dSTE92ARc-TZtLRFeDgQSmCmHLDQcu3kq92RQnfcjO6QEewTWg3PEbMF7IDlG9bY0OPzT4XC-faruDRzhyphenhyphensXdi2ArURYA0mqZ98qIRNh9e-pBIuguKYbq9TmCxcxecs/s1600/tumblr_m3datnALJv1qcd6r7o1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUKRaIrivWJm9dSTE92ARc-TZtLRFeDgQSmCmHLDQcu3kq92RQnfcjO6QEewTWg3PEbMF7IDlG9bY0OPzT4XC-faruDRzhyphenhyphensXdi2ArURYA0mqZ98qIRNh9e-pBIuguKYbq9TmCxcxecs/s1600/tumblr_m3datnALJv1qcd6r7o1_500.jpg" /></a></div>
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Porque ainda que não seja já Verão e o tempo esteja instável, não é deliciosamente melhor alternar com calor e céu limpo?<span class="Apple-style-span" style="color: #f9cb9c;"> Lisboa é para dias assim, noites quentes, bebidas geladas e passeios junto ao Tejo.</span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-size: x-small;">A belíssima Marion Cotillard na imagem.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-8204547972493838452012-04-30T15:27:00.001-07:002012-05-09T17:09:17.588-07:00Freedom at 21<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjISBowVkEHlEFROPoQhPCfKIz1LxTJBnASCgIKy4OSBFcCV87gnzswl_3P09Ly4SCkJLdH7BnHMuPdVPCRk2a22pp9KU4XOAqOgGEtU1yJ7AJZI77mdRR7R44iRu84klHGe2YOVl4JTw/s1600/tilda-swinton-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjISBowVkEHlEFROPoQhPCfKIz1LxTJBnASCgIKy4OSBFcCV87gnzswl_3P09Ly4SCkJLdH7BnHMuPdVPCRk2a22pp9KU4XOAqOgGEtU1yJ7AJZI77mdRR7R44iRu84klHGe2YOVl4JTw/s400/tilda-swinton-1.jpg" width="300" /></a></div>
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Já não me dou a sonhos e divagações capazes de romper pelas paredes.<br />
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Já não me dou às ideias explosivas, de estrondo e poeira violentos, aos projécteis disparados para perfurarem alguém ou se despedaçarem no meio da rua. Pelo menos na minha cabeça, a convulsão implodiu para ficar neste silêncio estático durante demasiado tempo. Estou desperta. <span class="Apple-style-span" style="color: #45818e;">Não, não estou</span><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">.</span> É conforme, para umas coisas sim e noutras fico parada - não é coerente. Dou por mim, mais vezes do que devia, reduzida à condição de “estar”. Estar atrás deste ecrã frio e de rabo na cadeira. Seja a trabalhar ou a não trabalhar. Continua a ser este ecrã - estéril, seco. Que aconteceu à paixão das folhas preenchidas e amachucadas, dedos sujos, à imaginação absurda que transborda das páginas de um livro só pelo prazer do mesmo? Que aconteceu a sugar a vida, ainda que fosse pelo que é violentamente irreal? A comodidade dá-me comichão mas permaneço nela. Estou ansiosa e por isso gosto de nadar neste texto absurdo.<br />
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Por vezes gostava de correr pela rua, velocidade supersónica, quebrar o contínuo espaço tempo e romper com as leis da física ao ponto de chegar onde comecei, encarar o meu passado e dar-lhe um estalo por ainda estar atrás do ecrã frio e de rabo na cadeira a escrever isto. A ausência de acção deixa-me assim frenética, “frénica” ou esquizofrénica. </div>
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<span class="Apple-style-span" style="color: #f4cccc; font-size: x-small;">Boa segunda feira, vou agora trabalhar. </span><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-size: x-small;">Tilda Swinton na imagem, título baseado <a href="http://www.youtube.com/watch?v=jujfkMXLC58">nisto</a>.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-92211528797239352042012-04-17T06:34:00.002-07:002012-04-17T07:29:34.746-07:00aquela quietude<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOvIjvPDNx1I1-rBuvUnXD3xSyobyTfo4UEjjdiVV4KR-pKsL4-jhyphenhyphenH7SUvUvAHz5f2SKd7JTAL9lM8RDRxWTsCuWKVpfrG03NxjYt1Mbn704Id0h6QmCBKeD4e_SLNOyQZuc9qSoPcd8/s1600/bardot+em+st+tropez+em+1962.jpg" style="font-size: 100%; font-family: Georgia, serif; "><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 341px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOvIjvPDNx1I1-rBuvUnXD3xSyobyTfo4UEjjdiVV4KR-pKsL4-jhyphenhyphenH7SUvUvAHz5f2SKd7JTAL9lM8RDRxWTsCuWKVpfrG03NxjYt1Mbn704Id0h6QmCBKeD4e_SLNOyQZuc9qSoPcd8/s400/bardot+em+st+tropez+em+1962.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5732362647344268402" /></a><br /><div style="font-size: 100%; "><span ><br /></span></div><div style="font-size: 100%; "><span >que só a Bardot transmitia e que às vezes nos faz uma falta.</span></div><div style="font-size: 100%; "><span ><br /></span></div><div><span >[Brigitte Bardot em St Tropez em 1962]</span></div>da Kitsch onehttp://www.blogger.com/profile/03172497207099733388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7128048189462925720.post-79630362484913555452012-04-14T11:12:00.005-07:002012-04-14T11:17:53.474-07:00Earl Grey e Paul McCartney<div style="text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQcP-wBm9wcl2AIWLP4EijgI0gsmlKFxf5a4wN39eA1glwBhUJwvqUrGbf8kZEK1enu-A37AVRyDcZ6cIkNdReyuw-ucw-7iyqPnL3n9hLvWrjkUGlyD9uIkQQ8qSZibbBubh3PeMcpO8/s1600/paul-mccartney-my-valentine.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQcP-wBm9wcl2AIWLP4EijgI0gsmlKFxf5a4wN39eA1glwBhUJwvqUrGbf8kZEK1enu-A37AVRyDcZ6cIkNdReyuw-ucw-7iyqPnL3n9hLvWrjkUGlyD9uIkQQ8qSZibbBubh3PeMcpO8/s400/paul-mccartney-my-valentine.jpg" width="400" /></a></div>
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Às vezes tudo o que é preciso é apaixonarmo-nos por uma música entre chá quente e tempo hostil lá fora, em fim de tarde, para deslizar inadvertidamente em modo introspectivo. É assim mesmo e desculpem-me se deixar o meu sarcasmo e “humor cáustico” hoje à porta no tapete por um pouco.</div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;">A propósito disto</span><span class="Apple-style-span" style="color: #666666;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; font-size: x-small;">http://www.youtube.com/watch?v=f4dzzv81X9w&feature=player_embedded. </span><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: x-small;">Johnny Depp na imagem.</span></div>curlis.http://www.blogger.com/profile/15346969954102041460noreply@blogger.com0