segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sucker


É o eterno clássico.

Dormimos nós no mais profundo sono quando um súbito e enervante zumbido nos trespassa os sentidos e perturba o espírito. Abrimos os olhos de rompante e a percepção do que aquele zumbido representa rapidamente se transforma numa confirmação: acendemos a luz e avaliamos os braços só para ver uma marca de insecto ainda fresca. Uma não - uma, duas, três.. talvez até cinco se estivermos numa maré de sorte. Tão de sorte que a comichão alastra a todo o lado.
Ooh, maravilha. E isto tudo porque é pois a assinatura da tão inevitável e infalível

melga.

Jackpot. É claro que todos sabemos o que isso significa. Uma dose integral de melguinha pela noite equivale a pelo menos acender tudo o que é luz e procurar a maldita em cada canto do quarto com uma chinela na mão. Ah, todo o nosso epírito e sono admoestado exige apenas duas coisas: vingança e sangue - o nosso sangue!
Porque mais que as borbulhas do dia seguinte em si, é o grau de irritação quase sobrenatural que isto sempre me provoca - ou serei a única? Sou da forte opinião (e porque a meio da madrugada as opiniões são mais frescas) que possuímos um qualquer instinto primitivo de predador que acorda de forma quase "pavloviana" com estas intervenções; sou uma pessoa pacífica por natureza mas por essa altura já andava a divagar em regar a criatura com gasolina e madar.lhe um fósforo para cima. Por isso, se tivermos alguma restia de sorte e dignidade
matamos a melga.

Senão, como parece ser o mais clássico dos casos, vamos contrariados para a cama de novo. Sem sono. E com o endredon até à cabeça. Que é como quem diz que nem consegues respirar nem evitar o calor abafado e insuportável (sim, porque as sacanas só atacam quando está calor). Por isso ficamos novamente contra a parede: se dormirmos debaixo dos cobertores axfixiamos; se regarmos o quarto com insecticida ficamos satisfeitos mas também asfixiamos (e de forma tóxica); se continuarmos à procura perdemos de todo o sono; se ficarmos na mesma, ficamos na mesma. E isso é como quem diz "it sucks" .. literalmente.

Eu optei pelo sofá da sala; cobertor e almofadas incluídos. Felizmente é grande e confortável e à falta de consolo fica a televisão baixinha num canal de música só para embalar. E, pelo sim pelo não, lá também lá levei a chinela para ficar ao meu lado.
É que eu odeio melgas (e já nem falo das sociais) e de todas as longas e bem passadas noites tinham de chatear logo ontem, que me embuí de levantar cedo após um Verão a acordar ao meio.dia. Logo na véspera do minha estreia na universidade.

Já agora, correu bem. Melhor teria sido se não estivesse tão cansada - e eu ontem prometi à minha semi.consciência que exprimia aqui a sua revolta; para a acalmar e dormir as duas horas que lhe restavam.

Adeus e boa noite. Jared Leto na fotografia.


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