terça-feira, 27 de dezembro de 2011

To be or not to be a fool



Ás vezes realmente nem sei porque é que me dou ao trabalho de ter estas lutas mentais. Pergunto-me se estas valerão de facto a pena já que são sempre o resultado sintomático de pensar de mais, quando a mente fica menos ocupada com outras coisas (ou pelo menos quando deveria estar ocupada com elas). Porém o assunto continua a correr em plano de fundo na minha cabeça, e questiono-me se afinal sempre caí no eterno dilema entre sentimento e razão. Não, não sei se esta será a melhor forma de pôr a coisa - nem sequer gosto da forma como soa. Tanto podia escrever aqui intuição e cautela, fé e cepticismo (um certo tipo de fé, não necessariamente espiritual) ou então entre estar aéreo e ser terra-a-terra e pragmático.


No entanto não consigo deixar de pensar que me confronto mais com isto do que devia - na minha cabeça, pelo menos.

Que (paradoxalmente), quando me sinto mais confortável, despreocupada e serena é quando uma voz me decide alertar para isso. A mesma voz que parece estar silenciosamente à espera para, no momento certo, dizer eu bem te avisei. Como se eu fosse idiota o suficiente para não estar a ver algo com clareza e de repente, tudo se preparasse para desabar porque ignorei algum sinal obscuro. É um cenário plausível - mas ainda assim, que raio de mundo abstracto é este em que por vezes vivo que se põe a antecipar problemas antes de eles sequer acontecerem?

Talvez nem se trate de antecipar mas pelo menos é uma racionalidade que não gosta nada, mas mesmo nada, de dar o braço a torcer. Provavelmente levei muitos anos de um cepticismo e sarcasmo militante, do qual nunca prescindirei totalmente porque já me estão entranhados nos genes... contudo, quanto mais essa racionalidade se desvanece mais me destraio, mais me esqueço e menos quero nem saber de teorias complicadas. Mais sou dada ao imprevisível e a gestos idiotas.


The real question is: can someone be a fool without fooling himself?


Devia talvez fazer o que realmente me apetece, que é dizer que neste preciso momento gostava de estar ao pé de ti e ilustra-lo com uma boa imagem. Só que isso seria parvo.


Na imagem para hoje, inevitavelmente, Bernardo Sassetti e Beatriz Batarda por Ricardo Quaresma. Inevitável porque ofereci este Natal, de mim para mim, o cd dos Bernardo Sassetti Trio que agora estreio na escrita deste post de forma irresistível. Acho que se adequa bem (indirectamente) já que estas sessões se têm tornado na banda sonora dos últimos meses quando estou mais serena - além disso acho esta imagem incrível.

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