segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sometimes only a curse word will do.



Desde já desculpem-me, isto é meramente um desabafo, mas há coisas que me irritam nestas porcarias modernas do “politicamente correcto”.

Que o dicionário do Word faça de conta que palavrões, alguns já do tempo do Gil Vicente, nem sequer existem é uma; outra, é a mania de substituir partes de uma palavra com asteriscos, porque assim (evidentemente) já ninguém percebe o que está lá escrito. Por isso em vez de uma puta, tenho uma p*ta que é menos ofensivo - porque, enfim, talvez assim se leia de forma diferente. Pê Tê Ah. Pronto, o leitor já não tem de manchar os olhos ao ver a palavra inteira à sua frente, já não tem de se sujeitar à calúnia e à grosseria. Também não há problema em mostrar um livro com a palavra escrita na televisão, mas deus nos livre se ela é pronunciada em voz alta (isto aconteceu ontem ao Marcelo Rebelo de Sousa quando ia a apresentar a biografia de Luiz Pacheco “Puta Que os Pariu”); ou em fazer um citação pela rádio sem que esta seja interrompida por um valente “piii”, um “quack”, um “oinc”, uma buzina ou qualquer outro ruído igualmente irritante e disforme que abafe, quem sabe, o igual incómodo que a outra palavra causaria.

Ninguém gosta de uma verborreia de palavrões a torto e a direito mas bolas, por cada pequeno descuido que sai então por favor deixem-me só escrever merda, puta ou foda-se* sem que caia o Carmo e a Trindade em cima de mim.


*mas apenas desde que não seja dito ao jantar com os cotovelos em cima da mesa - que isso é má educação.

1 comentário:

  1. fuck. best post ever. melhor texto que até hoje escreveste. certeiro, eficaz, inteligente e mordaz.

    que se fodam todos, mazé! :)

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