Existirá melhor epílogo para 2 semanas de engrenagens novamente bem oleadas, novas rotinas, primeiras impressões, períodos de adaptação e, atrevo-me até a dizer, de alguma (e tão bem vinda) leveza de espírito que um encontro inesperado e flagrante com "Chérie"?
(dificilmente).
Ou pelo menos, não com os mesmos efeitos. Porque esta personagem é nada mais que o regresso renovado e melhorado da Boémia Francesa - ou melhor dizendo, da boémia inglesa em plena Belle Époque, o que não deixa de ser muitíssimo irónico! Este é o nosso Garrel versão 0.2. É o filho pródigo retornado e momentaneamente idolatrado. É, em suma, a criatura perfeitamente intocável e platónica que brinca com os limites do meu imaginário - e convenhamos, não haveria razão para tanto alarido e surpresa não fosse esta personagem já existir em contornos na minha mente. Ainda antes de se materializar no ecrã.
Portanto, como a noite é longa e o fim-de-semana prolongado, fiquem com este cheirinho de "Cherie", com Rupert Friend como um nome definitivamente a apontar e Michelle Pfeiffer numa interpretação que tem tanto de elegante como de envolvente.
[tenho esta sensação que caio sempre no mesmo erro: não deixa de ser extremamente curioso como é que as personagens mais fascinantes seriam as mais insuportáveis num plano real. fica a reflexão]
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