É certo que nada de especial aconteceu, nem que tenho tão pouco grandes motivos para sentir esta paz de espírito e secreto sorriso interior (outros certamente arranjarão melhores razões) - mas sinto e, porque o Caeiro sensacionista e simplista que há dentro de mim assim o manifesta, limito.me apenas a ficar um pouco mais bem disposta pelo simples facto de estar.. bom tempo.
Ora deixem.me ser assim e deixem.me ter estes momentos! Se não os tiver uma vez ou outra (e se não falar deles assim baixinho quando ninguém deve ouvir) qual é o sentido de andar aqui ligada a estes serões rotineiros? Acabou, já tive dias que cheguem de chuvisco e nevoeiro metafóricos e já tive dias que cheguem de chuvisco e nevoeiro literal, neste Inverno.
Vou por isso sorver este inédito céu incansavelmente azul e este sol que só hoje aquece alguma coisa; vou descer a longa avenida finalmente sem um guarda.chuva na mão e até vou dispensar os phones para ouvir um ou outro carro solitário a passar; vou abrir a janela do meu quarto sem que faça frio e vou puder ver de facto o entardecer sem ser por baixo de uma camada homogénea e pesada de cinzento indefinido. Sou uma criatura extremamente sasonal, que se há.de fazer?
Pois há quem tenha sentimentalismos.. eu como não sei que é feito do meu, agarro.me aos sensionalismos. Não me basta - mas sempre melhora qualquer coisa quando a impressão não é analisada e se mantém espontânea.
(e louvado seja Pessoa, amén!)
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Olha minha cara, antes sentimentalismo que estar aqui a falar do tempo.
ResponderEliminarQue isto nem rubi falso é (alusão às pérolas), mas sim erva daninha.
Um bem haja *