domingo, 15 de fevereiro de 2009

E por falar em terapia..

Ontem dei.me ao luxo de acordar um pouco mais tarde sem que me viesse bater qualquer complexo de culpa ou remorso por alguma coisa urgente para fazer. O tempo permaneceu bom e fresco, no sentido revigorante da palavra, e só me pareceu um bom pretexto para tentar arrumar minimamente a confusão total do meu quarto.

Agora, não retirem logo daqui um atestado de trivialidade (embora se calhar o possam fazer) mas, para mim, arrumar o quarto é algo raro e quase inesperado - tenho mesmo de chegar ao ponto do caótico, por isso, quando tal milagre acontece tem de ser feito razoavelmente e com todo o tempo e cortesias, qual terapia que me lava a mente das confusões diárias acumuladas.

A minha atenção foi assim para as roupas espalhadas no armário: tirei a maior parte para o chão e ali fiquei a dobra.las, na maior das calmas, até chegar à gaveta da roupa de dias mais quentes e amenos quando, sem aviso, me bate uma forte nostalgia.. de manhãs solarengas principalmente.

Lembrei.me de serões do verão passado, com cheiro a campo e toda as ideias e ingenuidade antes dele; lembrei.me de um grupo de meninos de artes atormentados com as coisas de geometria descritiva, sentados sempre no mesmo sítio a apanhar o sol de tarde e a comer as suas sandes do bar ao almoço; lembrei.me até do meu décimo ano, de toda essa euforia e despreocupação por algo novo, de fotografias tiradas, muffins e óscares na memória e, em suma, de uma boa junção entre o antigo e novo. Lembrei.me.. e talvez céu azul de janela aberta ou cheiro a roupa lavada mas isso deu surpreendentemente origem..

..a memórias não tratadas nem pré.fabricadas. E por um momento fiquei mais perto delas.

Mas à parte os meus devaneios matinais, foi um bom sábado! Lá convenci a minha amiga, Sua Majestade (como tanto ela gosta de se afirmar), a fazer algo da vida e a desprezar o dia do senhor Valentino em conjunto numa ida à Baixa lisboeta e com o serão vieram fotografias, paleio, Franz Ferdinand em cd e até um famoso Swirl a rematar.

Há que ter fé nos bons dias..

[O que ando a ouvir: Katherine Kiss Me, Franz Ferdinand]

*

1 comentário:

  1. Tu devias ir presa por encaminhares as pessoas para o mal e para a tentação.
    E não sou apenas uma amiga, sou a Excelentissima Rainha, estamos entendidas? Vê lá se não queres ser açoitada em público.
    Um bem haja

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