Agora, não retirem logo daqui um atestado de trivialidade (embora se calhar o possam fazer) mas, para mim, arrumar o quarto é algo raro e quase inesperado - tenho mesmo de chegar ao ponto do caótico, por isso, quando tal milagre acontece tem de ser feito razoavelmente e com todo o tempo e cortesias, qual terapia que me lava a mente das confusões diárias acumuladas.
A minha atenção foi assim para as roupas espalhadas no armário: tirei a maior parte para o chão e ali fiquei a dobra.las, na maior das calmas, até chegar à gaveta da roupa de dias mais quentes e amenos quando, sem aviso, me bate uma forte nostalgia.. de manhãs solarengas principalmente.
Lembrei.me de serões do verão passado, com cheiro a campo e toda as ideias e ingenuidade antes dele; lembrei.me de um grupo de meninos de artes atormentados com as coisas de geometria descritiva, sentados sempre no mesmo sítio a apanhar o sol de tarde e a comer as suas sandes do bar ao almoço; lembrei.me até do meu décimo ano, de toda essa euforia e despreocupação por algo novo, de fotografias tiradas, muffins e óscares na memória e, em suma, de uma boa junção entre o antigo e novo. Lembrei.me.. e talvez céu azul de janela aberta ou cheiro a roupa lavada mas isso deu surpreendentemente origem..
..a memórias não tratadas nem pré.fabricadas. E por um momento fiquei mais perto delas.
Mas à parte os meus devaneios matinais, foi um bom sábado! Lá convenci a minha amiga, Sua Majestade (como tanto ela gosta de se afirmar), a fazer algo da vida e a desprezar o dia do senhor Valentino em conjunto numa ida à Baixa lisboeta e com o serão vieram fotografias, paleio, Franz Ferdinand em cd e até um famoso Swirl a rematar.
Há que ter fé nos bons dias..
[O que ando a ouvir: Katherine Kiss Me, Franz Ferdinand]
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Tu devias ir presa por encaminhares as pessoas para o mal e para a tentação.
ResponderEliminarE não sou apenas uma amiga, sou a Excelentissima Rainha, estamos entendidas? Vê lá se não queres ser açoitada em público.
Um bem haja