é a questão desarmante. Quem merecemos? Merecemos aquele rapaz perfeito, de inteligência ímpar e sorriso desarmante ou merecemos o mais manhoso dos machos com hábitos duvidosos de higiene. Pois é...
Sempre me disseram que eu merecia uma rapaz fantástico, assim como eu. Mas será que mereço mesmo? Não sei. Não faço a mínima ideia se, de facto, esse tal rapaz de um nível brutal de fantasticidade me irá alguma vez cair no colo. Não sei mesmo. A vida é comprida e assim como entra, muita gente saí, fora aquela que só passa. Todavia, há uma coisa que sei, de que tenho toda a certeza. Sei ver, logo à primeira, se ele me merece ou não. Se consegue aguentar com o meu cérebro, se acha piada ao meu nariz e se não consegue esquecer o meu corpo. É importante ter isso assegurado. E isso, por muitos ou poucos ou nenhuns relacionamentos sérios que tenha tido até hoje, é o que faço sempre.
Quantas vezes me senti demasiado inteligente para determinados moçitos? E quantas vezes me senti,não burra, mas fora de água, com outros? (Bem, verdade seja dita que não foram assim tantas, neste caso). Isto não se trata de um exercício de narcisismo encapotado de discurso fútil e oco tipo “Sex in the City” com a ajuda de umas retóricazinhas a rasgarem o texto. Não. Bolas, sou muito mais do que isso. Isto trata-se apenas de um exercício. De um exercício interior pensado em voz alta.
A verdade é que os nossos pais têm para nós, seus filhos, um ideal de pessoa. Mas e se esse ideal, de facto, aparecer, será que eles o aceitam sem qualquer tipo de problema, sem qualquer tipo de crítica?
A verdade é que não possuo comigo nenhuma solução ou nenhuma descoberta. Acho que, e tenho pensado nisto nos últimos dias, o caminho passa sobretudo pelo tempo. Quanto mais tempo passar, mais aptos estaremos para avaliar, mais sabedoria teremos para tomarmos a decisão que quisermos. Já conhecemos melhor a peça, já percebemos melhor a dinâmica. Sim, se a decisão for de corte ou pausa, os efeitos secundários são maus mas se for uma decisão de continuidade então acho que aí a certeza nos assenta como um cachecol quente e fofo numa manhã gélida pela baixa: é confortável.
Bem, acho que este é capaz de ser um dos textos mais confusos que já escrevi até hoje...mas isto ultimamente também não tem andado lá muito ordenado.
[Wagner Moura na pic]
gosto muito do poder da subjectividade em si, mas gosto ainda mais quando tu a escreves, maria rita. *
ResponderEliminar