Desde já desculpem-me, isto é meramente um desabafo, mas há coisas que me irritam nestas porcarias modernas do “politicamente correcto”.
Que o dicionário do Word faça de conta que palavrões, alguns já do tempo do Gil Vicente, nem sequer existem é uma; outra, é a mania de substituir partes de uma palavra com asteriscos, porque assim (evidentemente) já ninguém percebe o que está lá escrito. Por isso em vez de uma puta, tenho uma p*ta que é menos ofensivo - porque, enfim, talvez assim se leia de forma diferente. Pê Tê Ah. Pronto, o leitor já não tem de manchar os olhos ao ver a palavra inteira à sua frente, já não tem de se sujeitar à calúnia e à grosseria. Também não há problema em mostrar um livro com a palavra escrita na televisão, mas deus nos livre se ela é pronunciada em voz alta (isto aconteceu ontem ao Marcelo Rebelo de Sousa quando ia a apresentar a biografia de Luiz Pacheco “Puta Que os Pariu”); ou em fazer um citação pela rádio sem que esta seja interrompida por um valente “piii”, um “quack”, um “oinc”, uma buzina ou qualquer outro ruído igualmente irritante e disforme que abafe, quem sabe, o igual incómodo que a outra palavra causaria.
Ninguém gosta de uma verborreia de palavrões a torto e a direito mas bolas, por cada pequeno descuido que sai então por favor deixem-me só escrever merda, puta ou foda-se* sem que caia o Carmo e a Trindade em cima de mim.
*mas apenas desde que não seja dito ao jantar com os cotovelos em cima da mesa - que isso é má educação.
fuck. best post ever. melhor texto que até hoje escreveste. certeiro, eficaz, inteligente e mordaz.
ResponderEliminarque se fodam todos, mazé! :)